CDS garante que Rui Moreira não tirou os pelouros a Sampaio Pimentel

É o fim da polémica entre o presidente da Câmara do Porto e o CDS por causa dos comentários de Sampaio Pimentel no Facebook.

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A concelhia do CDS-PP Porto aprovou, na quinta-feira, o apoio a Rui Moreira FERNANDO VELUDO/NFactos

A concelhia do CDS-Porto garantiu nesta segunda-feira que o vereador Sampaio Pimentel vai manter os seus pelouros na Câmara do Porto e, para o efeito, conta com o apoio de todo o executivo. “Fica tudo tal e qual estava. Não há alteração [e Sampaio Pimentel] fica na câmara e com o total apoio da câmara”, afirmou à Lusa o líder da concelhia centrista, segundo o qual “não há nenhuma cisão” dentro da autarquia e “o projecto está mais sólido do que nunca”.

Pedro Moutinho esclarecia desta forma um comunicado do CDS segundo a qual o partido garante que “mantém a “total confiança” no vereador Sampaio Pimentel e o “total apoio” ao presidente da Câmara do Porto.
Contactado pela Lusa, o próprio vereador remeteu “todas as considerações” para o comunicado, com o qual diz estar “plenamente de acordo”. Questionado sobre se mantêm os pelouros na Câmara do Porto respondeu: “É claro”.

“Face às notícias vindas a público na última semana envolvendo a governação da Câmara do Porto, entendemos ser oportuno esclarecer o seguinte: o CDS está empenhado na prossecução e execução escrupulosa do manifesto eleitoral do projecto O Nosso Partido é o Porto”, refere o comunicado ontem divulgado pela comissão política concelhia.

No documento, os centristas assinalam que “decorrido um ano das eleições autárquicas, este executivo tem vindo a implementar de forma consistente o programa eleitoral, não estando a sua execução a defraudar a expectativa dos portuenses”.

Acrescentam que o partido “mantém total confiança no vereador da Câmara Municipal do Porto, Manuel Sampaio Pimentel, congratulando-se pelo trabalho que tem vindo a fazer”, tal como mantêm “total apoio ao presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira”.

“Assim o CDS manter-se-á onde sempre esteve, na defesa dos primordiais interesses da Cidade do Porto, tudo fazendo para continuar a respeitar a vontade expressa pelos Portuenses na noite eleitoral”, remata a concelhia liderada por Pedro Moutinho.

O CDS desdobrou-se nesta segunda-feira em movimentações para tentar evitar que o seu vereador na Câmara do Porto, Manuel Sampaio Pimentel, perdesse os pelouros. “O CDS quer passar uma esponja relativamente a tudo o que se passou e manter o seu vereador no executivo continuando com as competências da Fiscalização e da Protecção Civil”, disse ao PÚBLICO uma fonte do CDS, garantindo que as movimentações por parte do partido de Paulo Portas ao longo desta segunda-feira foram imensas.

Marcelo Mendes Pinto, ex-líder da concelhia do CDS-Porto e vereador da Cultura do primeiro mandato de Rui Rio, criticou o longo silêncio do seu partido sobre  a crise na câmara e diz que a “coligação entre aspas do CDS com o independente Rui Moreira era um saco de gatos. Isto havia de rebentar pelas costuras de forma natural”. A declaração foi, no entanto, feita antes de ser conhecido o comunicado do CDS, que foi divulgado na noite desta segunda-feira.

Apoiante de Luís Filipe Menezes nas eleições autárquicas de 2013, Marcelo Mendes Pinto diz que, “estrategicamente, o CDS cometeu um erro completo” ao apoiar um independente, quando estava coligado no Governo com o PSD e tivera uma coligação no Porto de doze anos.

No diferendo que colocou Moreira de um lado e Pimentel do outro, o ex-dirigente centrista não hesita em dizer que, “eticamente, o papel do CDS é apoiar o seu vereador — uma escolha pessoal de Rui Moreira”.

com Lusa

     
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