Cavaco reflecte sobre “diplomacia presidencial” no prefácio do Roteiros IX

Outros prefácios, como aquele em 2012 em que acusou Sócrates de “falta de lealdade”, geraram polémica.

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Cavaco vai doar parte da sua biblioteca Daniel Rocha

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, anunciou nesta sexta-feira que vai divulgar na segunda-feira o prefácio do Roteiros, que será uma “uma reflexão sobre Diplomacia Presidencial”. O momento coincide com o dia em que Cavaco Silva completa o quarto ano do segundo mandato.

O anúncio foi feito neste final de tarde na página de Facebook, onde refere que a divulgação do prefácio será feita na página da Internet da Presidência da República.

“Neste início do século XXI, assistiu-se a um reforço do papel do Presidente da República no domínio da política externa, de tal forma que esta é hoje uma das suas principais funções”, lê-se na mensagem que publicou na rede social.

Cavaco Silva adianta ainda outro parágrafo do prefácio: “Nos tempos que correm, os interesses de Portugal no plano externo só podem ser eficazmente defendidos por um Presidente da República que tenha alguma experiência no domínio da política externa e uma formação, capacidade e disponibilidade para analisar e acompanhar os dossiês relevantes para o país".

O prefácio inclui também um “apontamento sintético” sobre cada uma das visitas de chefes de Estado a Portugal – Singapura, México, Alemanha, Moçambique, Espanha e Indonésia. E sobre as visitas que Cavaco fez ao estrangeiro – China, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos -, bem como sobre a X Cimeira da CPLP, em Timor, o X Encontro do Grupo de Arraiolos, em Braga, e a XXIV Cimeira Ibero-Americana, no México.

Nem sempre estas publicações, que reúnem as principais intervenções do último ano do Presidente da República, estão isentas de polémica.

No ano passado, no prefácio do Roteiros VIII, Cavaco Silva traçou um diagnóstico, segundo o qual, depois da saída da troika, em Maio, Portugal teria à sua espera mais 20 anos de disciplina orçamental e supervisão externa. E, em 2012, no prefácio do Roteiros VI, usou palavras duras com o antigo primeiro-ministro, acusando José Sócrates de “uma falta de lealdade institucional que ficará registada na história da nossa democracia” por  não lhe ter dado previamente conhecimento do anúncio do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) IV, que levou a eleições antecipadas, depois de ter sido chumbado no Parlamento.

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