Cavaco recusa que futuro do Governo dependa de eleições locais

Passos Coelho admitiu que pode haver leitura nacional.

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Cavaco Silva e Paulo Portas recebidos com manifestação à porta de uma fábrica em Lousado Adriano Miranda

O Presidente da República recusou neste domingo que o futuro do Governo dependa das eleições autárquicas, sublinhando que estas são eleições locais, que dizem respeito a cada concelho e junta de freguesia.

Questionado se a "vida" do Governo depende das eleições autárquicas, Cavaco Silva disse de forma peremptória: "Eu penso que é claro que não depende, são eleições autárquicas, dizem respeito a cada junta de freguesia do nosso país, a cada concelho do nosso país."

"Eleições autárquicas são eleições locais que dizem respeito às propostas que cada candidatura apresenta para os diferentes órgãos do poder local e é por isso que cada cidadão deve analisar cuidadosamente a confiança que cada candidatura merece", acrescentou, depois de interrogado sobre se poderá ser feita uma leitura nacional dos resultados.

Interpelado sobre o facto de um primeiro-ministro já se ter demitido na sequência de umas eleições autárquicas, numa referência a António Guterres, em 2001, Cavaco Silva disse que essa foi uma decisão pessoal.

"Isso foi a decisão de um primeiro-ministro, é com ele", referiu.

O Presidente da República, que falava aos jornalistas numa escola em Lisboa, depois de ter votado para as eleições autárquicas, retomou ainda a ideia que defendeu na tradicional mensagem do chefe de Estado antes de cada acto eleitoral, sublinhando que da campanha eleitoral que terminou na sexta-feira "resultou de forma muito clara a necessidade de proceder a uma reflexão ponderada e serena sobre alguns aspectos da nossa legislação eleitoral".

Sustentando que "há muitas interrogações" sobre as razões para Portugal ter uma legislação "tão diferente" da generalidade dos países da União Europeia, Cavaco Silva insistiu na necessidade de que o legislador, "tão cedo quanto possível", comece a "reflectir ponderadamente", até porque em 2014 vão realizar-se novamente eleições, desta feita para o Parlamento Europeu.

Relativamente às eleições que decorrem até às 19h, e apesar de admitir algum receio em relação à abstenção, o chefe de Estado renovou o apelo ao voto, frisando que aqueles que não o fizerem "não têm depois autoridade para criticar".

"As eleições autárquicas são importante para o país, está em causa a escolha daqueles que são os mais capazes para gerir a câmara municipal e gerir a junta de freguesia, órgão de poder de proximidade com os cidadãos e, por isso, com uma grande influência sobre a qualidade da vida das pessoas", referiu, fazendo ainda alusão à "grande normalidade" com que estão a decorrer as eleições, considerando que tal significa que "os cidadãos querem escolher aqueles que podem influenciar mais positivamente as suas condições de vida".

Relativamente à forma como passará o resto do dia, o Presidente da República adiantou que irá estar com a família e que a partir das 19h acompanhará os resultados da noite eleitoral.

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