Cavaco quer ajudar empresários portugueses a penetrar no mercado colombiano

Presidente da República prevê que Portugal tenha uma presença forte nas notícias na Colômbia nos próximos dias.

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Cavaco cumprimenta à chegada a ministra dos Negócios Estrangeiros colombianos, Maria Angela Holguin Reuters

O Presidente da República está esta semana de visita à Colômbia para “ajudar os empresários nacionais a penetrarem com mais força no mercado colombiano”. Isto para “ajudar à retoma da economia portuguesa”. Mas Cavaco Silva vai também “atrair mais empresários colombianos” para Portugal.

Três horas depois de chegar à Colômbia, onde aterrou pelas 15h locais (21h em Lisboa), e das honras militares no aeroporto, o chefe de Estado disse aos jornalistas que pretende que esta visita de três dias “seja um marco no relacionamento entre os dois países”, tanto a nível económico e comercial como cultural.

“Face às perspectivas de fraco crescimento económico em toda a União Europeia, Portugal precisa de conquistar novos mercados para as exportações”, realçou Cavaco Silva acrescentando que este é um ponto “crucial e decisivo” para que o país consiga “ultrapassar as actuais dificuldades e fazer face ao drama do desemprego”.

A América Latina, afirmou o Presidente, “apresenta-se actualmente como um dos blocos com maior potencialidade de crescimento do mundo”. A Colômbia, frisou, celebrou há pouco tempo um acordo de comércio livre com a União Europeia, e tem a estabilidade política e fiscal que lhe permite “oferecer condições para que os empresários portugueses possam tirar partido do bom relacionamento político entre as autoridades” dos dois países.

Para que os empresários nacionais conheçam melhor o mercado colombiano, Cavaco faz-se acompanhar por representantes de 70 empresas, e participa na quarta-feira, com seu homólogo Juan Manuel Santos, num seminário económico que pretende precisamente colocar em contacto empresários dos dois países.

Ao mesmo tempo, é intenção do Presidente “também chamar a atenção dos empresários colombianos para as potencialidades de Portugal, um país que faz parte do maior bloco económico do mundo que é a União Europeia, com os seus 500 milhões de consumidores, um país que tem relações privilegiadas com países africanos com bom potencial de crescimento económico”.

Além disso, ao ser o convidado de honra da Feira Internacional do Livro de Bogotá, Portugal estará representado por um elevado número de autores, que ajudarão a “promover a riqueza da cultura e da literatura portuguesas e dessa forma dar uma visibilidade acrescida ao país”.

“Essa participação de Portugal na feira transcende o domínio cultural, na medida em que queremos aproximar os empresários portugueses e colombianos, e em que queremos que os colombianos conheçam melhor o nosso país”, defendeu Cavaco Silva. O Presidente considera que os acontecimentos que estão previstos na feira do livro (espectáculos, exposições, venda de livros, gastronomia nacional) vão “colocar Portugal como notícia destacada durante algum tempo na Colômbia”.

A visita de três dias a Bogotá, a que se seguem dois a Lima, a capital do Peru, foi “preparada muito cuidadosamente em articulação com o Governo português”, afirmou Cavaco, lembrando que viajou acompanhado pelo ministro a Economia e pelo secretário de Estado da Cultura, aos quais se juntará, na quarta-feira, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Durante a longa viagem de 11 horas, em conversa informal com os jornalistas, Cavaco Silva elogiou o “bom acolhimento por parte das autoridades colombianas em relação a Portugal”, destacando sobretudo o papel do actual chefe de Estado deste país da América Latina, Juan Manuel Santos. A que se somam as “facilidades da língua e as afinidades culturais”, e o facto de a agência de promoção do comércio e investimento colombiana Proexport ter aberto recentemente uma delegação em Lisboa.

O Presidente da República salientou o bom trabalho que têm feito empresas nacionais que já operam na Colômbia como é o caso de farmacêuticas, construtoras civis, gabinetes de engenharia e arquitectura. Sobre a possibilidade de a empresa colombiana Avianca poder vir a comprar a TAP, Cavaco limitou-se a dizer que não conhece a companhia, mas sabe que o seu homólogo “tem boa impressão” dela. A preocupação do Presidente, se o negócio se concretizar, é outro: “Espero que pague bem.”

Nesta terça-feira, Cavaco encontra-se com o Presidente Juan Manuel Santos de manhã, com o presidente do Senado, Roy Barreras, e o presidente da Câmara dos Representantes, Augusto Posada, de tarde. À noite oferece uma curta recepção em honra da comunidade portuguesa na Colômbia – a embaixada portuguesa contabiliza pelo menos 1300 portugueses registados.

O PÚBLICO viaja a convite da Presidência da República

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