Cavaco diz que em tempo eleitoral os presidentes não vão ao 5 de Outubro

“Foi assim com os meus antecessores, é assim comigo”, justificou Cavaco Silva aos jornalistas.

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O Presidente votou na Escola Bartolomeu de Gusmão, em Lisboa Rui Gaudêncio

O Presidente da República desvaloriza as críticas à sua ausência nas comemorações do 5 de Outubro, sustentando que essa tem sido a conduta dos chefes de Estado quando a Implantação da República “calha em tempo eleitoral”.

“Os presidentes da República não vão às cerimónias do 5 de Outubro quando calha em tempo eleitoral. Foi assim com os meus antecessores, é assim comigo”, afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, em declarações aos jornalistas, depois de ter votado, numa escola em Lisboa.

Questionado sobre as críticas que têm sido feitas à sua decisão de não estar presente na cerimónia de comemoração do 5 de Outubro na Câmara de Lisboa, Cavaco Silva lembrou que não só os seus antecessores como ele próprio já tiveram decisão idêntica anteriormente. “Os presidentes da República não costumam ir em tempo eleitoral à câmara municipal no dia 5, foi assim com os meus antecessores, foi assim comigo noutra ocasião e será assim comigo amanhã [segunda-feira]”, insistiu.

A notícia de que Cavaco Silva não iria participar este ano na cerimónia de comemoração da Implantação da República que se realiza na Câmara de Lisboa foi conhecida na passada quinta-feira. Em causa está o facto de o Presidente da República considerar que se participasse no evento teria de se pronunciar sobre o desfecho das eleições legislativas. 

Em 2005, nas vésperas das eleições autárquicas, o modelo das comemorações oficiais, que por norma se realizam na Câmara de Lisboa, foi diferente do habitual. As cerimónias decorreram no Palácio da Ajuda, mas contaram com a presença do então Presidente da República, Jorge Sampaio, que fez uma intervenção.

Em 2009, quando as comemorações do 5 de Outubro também se realizaram em vésperas de eleições autárquicas, e já com Cavaco Silva enquanto chefe de Estado, o formato foi mais uma vez alterado. O Presidente da República optou por não se deslocar à Câmara de Lisboa, mas abriu ao público os jardins do Palácio de Belém, onde proferiu uma intervenção alusiva aos 99 anos da Implantação da República. com Lusa

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