Catarina Martins assume objectivo do BE de ser Governo

Porta-voz do BE abre convenção do partido e anuncia debate parlamentar sobre desemprego. Antes de almoço, o eurodeputado do Podemos Miguel Urbán entusiasmou os delegados.

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Catarina Martins Miguel Manso
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Catarina Martins e Marisa Matias Miguel Manso
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Dirigentes e ex-dirigentes do Bloco Miguel Manso
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Francisco Louçã e José Manuel Pureza Miguel Manso
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O eurodeputado Miguel Urbán, dirigente do Podemos Miguel Manso
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Mariana Mortágua Miguel Manso
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Miguel Manso

Catarina Martins foi transparente a assumir que o Bloco de Esquerda tem que estar preparado “para todos os cenários” que possam surgir no futuro da União Europeia e afirmou o objectivo de ser Governo, ao fazer o seu discurso de abertura da X Convenção do partido, que decorre, este sábado e amanhã domingo, no Pavilhão do Casal Vistoso em Lisboa.

A porta-voz da direcção do Bloco de Esquerda considerou mesmo que pode ser “perigoso” que o país fique “à espera dos bons ventos” de Bruxelas. E avisou que no futuro os portugueses podem ser “confrontados com maioires crises financeiras” e um crescendo de xenofobia.

Admitindo que “falta muito, falta mesmo o mais difícil”, Catarina Martins lembrou que o BE ”teve 10% nas eleições” legislativas, resultado que considerou determinante para a formação da maioria de esquerda, mas desabafou: “Não temos ainda a força para fazer o Governo.” Uma ideia que fez questão de frisar, acrescentando uma promessa. A de que “o partido irá continuar a sua intervenção na defesa, por exemplo, do emprego e dos pensionistas”.

E empolgando a plateia, Catarina Martins garantiu que “tivesse o Bloco tido mais força e o Banif não teria sido entregue ao Santander”. Salientando ainda outras causas em que o Bloco teria apostado se tivesse mais inlfuência governativa: “Tivesse o Bloco mais força e o governador do Banco de Portugal não continuava a assustar o país com ameaças de colapso bancário umas atrás das outras.” E ainda: “Tivesse o Bloco mais força e Portugal não tinha assinado com a Turquia a vergonha do acordo anti-humanitário que é o contrário do que a Europa tinha que fazer.”

E frisou que já a 29 de Julho se realiza um debate potestativo do BE sobre desemprego, anunciando aos delegados que “há acordo com o Governo” para “acabar com a humilhação das apresentações” dos desempregados nos centros da segurança social.

Uma Europa de onde não se queira sair

A terminar a manhã, num discurso bastante exaltado e aplaudido, o eurodeputado Miguel Urbán, dirigente do Podemos, também apelou a uma mudança “de verdade” na Europa. Defendeu que se deve construir um projecto europeu de onde nenhum povo queira sair e de onde não se possa ser expulso, aludindo à ameaça do Grexit no ano passado.

O Podemos não quer a União Europeia que existe agora, defende e apela ao voto, domingo, dia 26, nas eleições gerais em Espanha, num Governo que diga “basta” à austeridade, “governos dignos e valentes que defendam o seu povo”, que recuperem “a dignidade de se chamarem europeus”. O Podemos, disse, recusa políticas racistas, xenófobas, que “alimentam os monstros de extrema-direita”. Quer uma Europa que “se levante” contra a xenofobia e que “recupere o antifascimo como elemento democrático”. Quer “agitar” e “recuperar” a palavra socialismo.

“Amanhã o nosso povo não vai ver a história na televisão, vai escrevê-la”, disse, lembrando que uma das primeiras medidas que tomarão será encerrar a central nuclear de Almaraz. “Se dia 26 ganharmos as eleições, ganharam vocês também”, afirmou, dirigindo-se à plateia bloquista.

Nesta manhã, foram também votadas três alterações aos estatutos, uma das quais propõe que a Mesa Nacional elege, no início de cada mandato, uma comissão de três membros responsável por “verificar e actualizar os recursos materiais e tecnológicos do partido, na perspetiva da eficácia e transparência do voto por correspondência”. Outra alteração aprovada propõe a adaptação dos estatutos do BE “à linguagem inclusiva”, passando usar-se o género feminino e masculino, sempre necessário.

 

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