Cartas ao director

Passos Coelho, para onde vais?

Para muitos portugueses, incluindo simpatizantes e filiados no PSD, constitui surpresa a atitude e estilo que Pedro Passos Coelho tem usado e abusado como líder do maior partido da oposição. É um permanente “disparar”  de críticas e inflamadas intervenções ao governo e à sua ação e, em muitas delas, não tem  o cuidado de fazer prévia auto-análise na forma em como procedeu em situações análogas durante o seu mandato como primeiro-ministro.  Devidamente “avisado” pelas críticas que lhe são formuladas e provenientes de diversos quadrantes – nas quais sobressaem as oriundas do aparelho do PSD, - Passos Coelho tem feito, sistemática e teimosamente, aquilo que surpreende: “assobia para o lado” e segue em frente.

Acusado e bem, naturalmente, de não  anexar às críticas formuladas as propostas e/ou medidas que, em seu entendimento, deviam ser  adotadas  como alternativa,  Passos está a criar um problema sério ao seu partido, ao país eleitor e ao Presidente da Republica.   Porque, assim,  a sua ação construtiva e  garantia  de reunir as condições para assumir a chefia do governo em súbita situação com que o país se venha a confrontar,  não estão asseguradas, garantidamente. 

Carlos Morais, Lisboa

 

Efeitos da crise bancária

Desde 2013, o BCE enveredou por uma política de redução das taxas de juro de referências para os empréstimos das instituições bancárias nacionais, o que provocou uma degradação evidente das margens de rentabilidade do sistema financeiro. Em resposta, os bancos nacionais (e europeus) agravaram as comissões bancárias sobre as transacções, depósitos, cartões de crédito e débito, constituindo cerca de 15% das receitas globais. Entre 2009 e 2015, estas taxas aumentaram mais de 100%, afectando de forma significativa o comércio local, o mais fustigado pelos agravamentos das comissões.

Como o objectivo de manterem as suas margens de negócio, os comerciantes estão adoptar, um pouco por toda a Europa, inúmeras estratégias ilegais, como estabelecer preços mais baixos para os pagamentos em dinheiro vivo, ou a recusa em aceitar transacções via multibanco. Este tipo de comportamento prejudica os consumidores que dependem dos cartões de débito para cobrir as suas despesas e facilita a fraude e evasão fiscais. Neste sentido, faria todo o sentido aumenta a fiscalização e regulação, de forma a assegurar que as leis e os interesses dos cidadãos são salvaguardados.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

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