Cartas ao director

Indignação

Não é que tenha qualquer ilusão sobre a publicação desta mensagem indignada com o que o PÚBLICO se anda a tornar cada vez mais. Se tinha tido esperanças em que a saída do José Manuel Fernandes para ser substituído pela Bárbara Reis mergulharia algo na imparcialidade do jornal, sobretudo quanto ao seu obstinado favorecimento do PSD depressa fiquei esclarecido.

Confesso que consigo, tendo em conta de onde vinha, as expectativas eram menores, mas não pensava que atingissem a dimensão da inacreditável capa que hoje publicam para ilustrar a entrevista a Passos Coelho. Tomam-nos por parvos ou acreditam que semiologicamente a promoção de tal sujeito passaria despercebida? Por isso, como assinante há muito insatisfeito, sinto-me indignado. Um pouco mais de objetividade, que retire ao jornal a imagem de his master’s voice dos interesses da direita, contribuiria para ler o jornal sem tanta necessidade de ir lavar amiúde os olhos por eles serem agredidos por tão óbvias mensagens politicamente inaceitáveis.

A vossa sorte é ainda tardar o surgimento de um novo projeto do tipo do que o jornal significou há uns quantos anos. Porque se muitos amigos se escusam a ler-vos por saberem o que podem encontrar nas vossas páginas, eu de bom grado a eles me juntaria.

 Jorge Manuel Rocha, Monte da Caparica

Velhos truques

O tempo passa mas os truques continuam. Com a aproximação de eleições, sobretudo quando Pedro Santana Lopes é colocado na corrida, com ou sem o seu consentimento, lá aparecem uns senhores muito credíveis a procurar construir narrativas.

Simões Ilharco, jornalista, procurou "analisar" as eleições para a CML. Para esclarecimento dos leitores, este cidadão foi colaborador de João Soares na CML, ao mesmo tempo que escrevia peças no Semanário a elogiar... João Soares. Em 2001, Santana Lopes, como Presidente da CML, cessou a prestável colaboração deste jornalista.

Sobre credibilidade, penso que estamos falados, sobre candidaturas e hesitações, os jornais continuam a dar destaque a algo que Santana Lopes nem comenta. No entanto, continuam a falar da sua candidatura, com uma insistência que faz o senhor Simões Ilharco perder tempo a enviar cartas.

Não devemos deixar passar estes velhos truques. Afinal o tempo passa, mas as manhas continuam.

Diogo Agostinho, Lisboa

Da ciência económica

Apesar de massacrados com os doutos ensinamentos nem todos os portugueses acreditam naquela verdade “científica” que diz que “só se pode distribuir depois de se produzir”. Eu, por exemplo, sou dos que pensam que o que há para redistribuir já está produzido. Há muitos outros que também rejeitam aquela asserção da ciência económica, a começar pelos novos membros do CA da CGD. Então não é que sem nada terem ainda produzido, já acautelaram o futuro à grande e à francesa, ainda por cima sabendo da situação da Caixa, tão precisadinha de recapitalização?

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

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