Carlos Moedas diz que discordou “muitas vezes” da troika

O comissário europeu indigitado para a área da investigação científica passou na sua "prova oral" no Parlamento Europeu, depois de ter sido ouvido esta terça-feira de manhã.

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Carlos Moedas no início da sua audição no Parlamento Europeu YVES HERMAN/Reuters

Carlos Moedas, ex-secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, assumiu esta terça-feira de manhã na sua audição no Parlamento Europeu, em Bruxelas, que discordou “muitas vezes” com a política da troika, mas mostrou capacidade de resposta, uma característica que considera importante como futuro comissário de Investigação, Ciência e Inovação. E, no final, foi aprovado no "exame".

Na audição como comissário europeu indigitado para a área da investigação científica, um passo obrigatório e que permite aos eurodeputados avaliarem as suas capacidade nessa áreas, Carlos Moedas assumiu ainda que, embora tenha discordado “muitas vezes” com a política da troika para Portugal, argumentou que o país “precisava de mostrar credibilidade na Europa”.

“Estive durante três anos a ajudar no programa de ajustamento que foi muito difícil, foram sacrifícios enormes, sempre reconheci a dureza e o sacrifício do programa. Portugal estava num momento em que precisava de mostrar a sua credibilidade àqueles que deram dinheiro”, defendeu, na resposta à eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias.

“Muitas vezes estive em desacordo com a troika”, acrescentou ainda, referindo-se a um relatório do Parlamento Europeu que criticou essa política. Para o político português, no futuro, se uma nova crise se apresentar, espera que a resposta política consista antes no investimento na ciência e inovação. No entanto, Carlos Moedas defende que o seu trabalho passado demonstrou a capacidade de resposta. “Sou uma pessoa que apresenta resultados e no Horizonte 2020 [o próximo programa europeu de financiamento da ciência] é importante ter uma pessoa que apresenta resultados.”

No final da audição, o comissário indigitado mereceu um parecer favorável da comissão do Parlamento Europeu responsável pela audição, indicaram fontes parlamentares à agência Lusa. Foi aprovado por "consenso", especificaram as mesmas fontes, com o parecer favorável de todos os grupos políticos da comissão parlamentar da Indústria, Investigação e Energia (ITRE), com excepção do Grupo da Esquerda Unida (que integra as delegações do PCP e Bloco de Esquerda).


O PÚBLICO viajou a convite do Parlamento Europeu

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