Candidatura de Maria de Belém criticada no último almoço socialista

Entre o discurso embaraçoso do fadista Carlos do Carmo que meteu até Sócrates e a voz que falhou a António Costa, o almoço da Trindade revelou-se uma iniciativa fora de controlo.

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Fotos Paulo Pimenta
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O almoço até começou alinhado com uma estratégia normal de apelo ao voto útil, ainda que particularmente agressiva para com o PCP e o BE. Mas depois pegou no microfone um “não antipatizante” do PS.

E, assim, coube ao fadista Carlos do Carmo protagonizar mais um momento insólito na campanha eleitoral socialista. No habitual almoço de fim de campanha do PS, realizado na cervejaria Trindade, em Lisboa, o artista decidiu atacar a ex-presidente do PS Maria de Belém, presente na sala, devido à intenção de avançar para a Presidência, e citar a situação de José Sócrates.

Depois de algumas dificuldades no início do discurso, quando o sistema de som não queria colaborar, Carlos do Carmo decidiu elogiar António Costa, destacando as dificuldades que tinha tido de ultrapassar nos últimos tempos. “Foi muito duro para António Costa fazer campanha com um ex-primeiro-ministro preso, com camarados do partido sistematicamente a dar entrevistas a deitá-lo abaixo e nas costas de António Costa apresentar-se uma candidatura a Belém.” A assistência aplaudiu.

Momentos antes, Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, arrancara aplausos da assistência com o seu ataque virulento ao PCP e BE. Dirigindo-se aos eleitores que “estavam a pensar PCP ou BE”, deixou no ar a ameaça do caos.

“Mas vocês acham que se as propostas do PCP vencerem, no dia a seguir as vossas poupanças estão seguras nos bancos?”, questionou antes de lembrar, a propósito do BE, que as legislativas não eram “um concurso de beleza nem de simpatia”. E que importava também fazer algumas perguntas. “Mas algum de vocês acredita que se tomarmos uma posição de ruptura no euro ou de renegociação unilateral que isso vai melhorar a situação do país?”

Ferro Rodrigues seguiu a mesma linha e citou a notícia do Expresso que dava conta das “combinatas e avisos entre a direcção do PSD e PCP”.

A sessão foi tão fora do habitual que o candidato a primeiro-ministro se viu forçado a interromper o seu discurso devido à sua voz, que lhe falhou no momento em que reconhecia haver “várias razões para as pessoas estarem indecisas”.

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