Candidato diz: "Porto vai deixar de falar baixinho e vai combater o centralismo"

O futuro líder da concelhia do PS-Porto adverte que o partido “não pode falhar” como alternativa política e garante que o acordo com Rui Moreira é para levar até ao último minuto

O combate ao centralismo e a defesa da regionalização “com a verdadeira reforma do Estado” é uma das principais bandeiras da candidatura de Tiago Barbosa Ribeiro à liderança da concelhia do PS-Porto, apresentada ontem e que contou com lotação esgotada.

Afirmando que o “PS-Porto estará na linha da frente do combate contra o centralismo”, Tiago Barbosa Ribeiro desferiu um ataque violento ao Governo, que acusou de ser “o mais centralista da nossa história que captura bens e riqueza do Norte”. “O que é mau para o país tem sido pior no Norte. Nesta região somos os campeões da precariedade laboral; o maior número de trabalhadores com salário mínimo está aqui; o salário médio é inferior à média nacional e os jovens em abandono escolar ou que mais tarde não prosseguem os seus estudos são mais nesta região” denunciou, frisando ainda que a região “tem a maior percentagem de beneficiários de RSI, o menor rendimento per-capita, níveis de desqualificação e a maior taxa de pobreza”.

Feita a radiografia social do Norte, Tiago referiu que tudo isto acontece “na região que mais contribui para as exportações, que tem a maior Universidade do país, que tem algumas das maiores empresas nacionais, a indústria do calçado, o turismo”.

Assumindo a culpa também foi “nossa” porque – declarou – “fomos aceitando passivamente tudo com um certo deslumbramento daquilo que nos foi chegando dos centralistas”, o ex-deputado municipal avisou que a partir de agora o “Porto não falará baixinho, porque o que fica mal é levar a RTP para Lisboa. O que fica mal é querer gerir o Porto de Leixões a partir do Terreiro do Paço. O que fica mal é privatizar em bloco a ANA e subjugar a autonomia do aeroporto do Porto. O que é inaceitável é concessionar os transporteis públicos do Porto e da área metropolitana contra os interesses dos cidadãos e dos autarcas. O que é vergonhoso é o Governo querer fundir as empresas Águas de Portugal, provocando o aumento da tarifa da água na cidade do Porto”.

A construção de uma nova maioria liderada pelo PS é o terceiro eixo da candidatura. "Essa alternativa nunca foi tão importante”. “Não podemos falhar”, decretou.

Já na parte final da sua intervenção, que foi sucessivamente aplaudida, Barbosa Ribeiro disse: “Eles arrasaram o país para o fundo e dizem que não falharam (…) eles não falharam porque este é o seu programa, o programa de um país pobre, baseado em baixos salários e numa economia miserável para a maioria e rentável para muito poucos”.

O substituto de Manuel Pizarro na liderança concelhia do PS-Porto, deixou a garantia de que o partido “vai cumprir até ao último minuto o acordo de coligação celebrado na Câmara do Porto.

 “A sustentabilidade do nosso projecto autárquico”, é o primeiro eixo da ~candidatura de Tiago Barbosa Ribeiro, que considera o “PS o verdadeiro partido do Porto”. O futuro líder da concelhia socialista, que é candidato único, promete “abrir o PS aos sectores mais dinâmicos da sociedade portuense”, um compromisso que terá destaque na moção política, coordenada por Augusto Santos Silva.

Na apresentação da candidatura, o candidato deixou o compromisso de apresentar um Contrato com a Cidade que demonstrará a visão de médio prazo do PS para o desenvolvimento do Porto, com uma perspectiva estável  e articulada de políticas que correspondam à nossa ambição de futuro”. O dirigente, que será eleito no dia 14 de Março, anunciou que o PS-Porto vai criar um Fórum da Cidade com destacadas personalidades de diferentes áreas que darão o seu contributo. “Com isto daremos também um importante sinal para a renovação da vida política”.

Um dos ataques mais violentos da sessão, que ficou marcada pela ausência do líder da distrital, José Luís Carneiro, veio de Augusto Santos Silva, que censurou ferozmente o Governo pelo processo de descentralização de competências e que condenou ao fracasso.No futuro presidente da concelhia antes de fazer a sua intervenção elogiou os ex-mesmbros dos governos do PS,a lguns presentes na sala, elogio que estendeu ao ex-primeiro-ministro,José Sócrates, que foi aplaudido.

 

 

 

 

 

 

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários