Bloco fecha a porta a apoiar candidaturas autárquicas do PS

Falhou iniciativa do PS que pretendia coligações para alguns municípios, nomeadamente Porto e Vila Nova de Gaia.

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PS e BE reuniram-se esta quinta-feira, a pedido dos socialistas, com as eleições autárquicas na agenda. Mas o entendimento falhou.

O BE já tinha avisado, apesar de ter dado luz verde ao PS para um encontro sobre autárquicas, que não faria coligações “coxas”. O sentido de convergência tinha de ser mais amplo e incluir o PCP. Mas esta quinta-feira ficou claro que os socialistas não contarão com o apoio do Bloco para algumas das candidaturas que já estão no terreno. 

O socialista Miguel Laranjeiro lamentou o falhanço da iniciativa do PS, à excepção da Câmara do Funchal, depois de o secretário-geral António José Seguro ter enviado cartas ao Bloco e ao PCP propondo 11 alianças locais. Miguel Laranjeiro frisou, no entanto, que não se trata de uma “questão aritmética”, mas de “construir uma solução com projectos de esquerda, sobretudo nesta altura de crise social gravíssima, desemprego e despedimentos”.

Ao PÚBLICO, o bloquista Pedro Soares adiantou que a delegação do PS fez propostas concretas relativas aos municípios do Porto, Vila Nova de Gaia, Caminha ou Alter do Chão. E lembrou que a posição do partido é clara há quatro meses: “O BE desafiou todos os partidos de esquerda para essa grande convergência para ganhar câmaras à direita. Agora, nos sítios onde o PS está com dificuldades, vem pedir os votos do BE. Não é esse o nosso sentido de convergência.”

Pedro Soares criticou aquilo que classificou de “coligações bilaterais” pretendidas pelo PS, sem discussão prévia de programas. O mesmo argumento já tinha sido usado pelo PCP, que considerou a iniciativa dos socialistas como um “um fait-divers, que não é para ser levado a sério”.

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