Bloco diz que PS tem de romper com a troika para haver entendimento

Deputado Pedro Filipe Soares diz que o PS tem caminhado de "braço dado" com as medidas de austeridade.

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Se o Presidente não pedir a fiscalização preventiva, João Semedo defende que cabe aos deputados pedir ao TC que se pronuncie sobre o OE 2014 Nuno Ferreira Santos

O líder parlamentar do BE reiterou nesta sexta-feira a abertura dos bloquistas para o “espaço governativo”, mas recusou um entendimento governativo com o PS enquanto os socialistas não romperem com o memorando da troika e a austeridade.

Pedro Filipe Soares falava a propósito das declarações do antigo Presidente da República Mário Soares, que defendeu, em entrevista à Antena 1, um entendimento entre o PS e o BE.

“Qualquer compromisso é em torno de políticas. Tem de existir política para lá da austeridade e respostas às pessoas que não sejam mais sacrifícios, por isso romper com o memorando da troika. A dívida deve ser renegociada nos juros, prazos e montantes”, afirmou Pedro Filipe Soares.

O líder parlamentar sublinhou que, na última convenção, o Bloco assumiu o objectivo de integrar uma solução governativa. “Defendemos que o espaço da governação é o espaço de responder às necessidades das pessoas. Se o PS achar que está bem com estas premissas, nós teremos todo o gosto em debatê-las, agora parece-me que o PS disse muito recentemente que não eram estas as premissas que tinha”, argumentou.

Segundo Pedro Filipe Soares, o PS demonstrou que “dava a mão à troika, continuava a caminhar de braço dado com a austeridade e nem sequer tocava neste saque fiscal que existe em cima da mesa”.

“Ora, isso coloca uma posição que está muito mais próxima daquela que é a manutenção do que existe actualmente, do que qualquer transformação da sociedade”, declarou.

Na entrevista à Antena 1, Mário Soares afirmou que “é possível um entendimento bastante grande [dos socialistas] com o BE”, porque este último partido “está numa situação de muita clareza”.
 

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