Bloco defende que Governo deve parar privatização da TAP

Nem um dos portugueses tostão para o BE, diz a coordenadora Catarina Martins.

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Pedro Cunha / Arquivo

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) Catarina Martins considerou este sábado fundamental o Governo "parar a privatização do que é estratégico" para o país, como a transportadora aérea portuguesa TAP.

"O que acontece no BES é um bom sinal de alarme sobre a privatização de sectores estratégicos. A TAP faz certamente parte desses setores estratégicos", afirmou aos jornalistas em S. Pedro do Sul, onde hoje participou no 11º Acampamento de Jovens do Bloco - Liberdade 2014.

Na opinião de Catarina Martins, "o que está a acontecer na TAP é provocado por essa tentativa de privatização, em vez de existir uma estratégia pública de defesa da companhia aérea nacional".

"Imaginem o que seria se o Governo tivesse ido para a frente com a sua ideia de privatização da CGD quando sabemos tudo o que está a acontecer com os bancos privados", afirmou.

A coordenadora do BE considerou que o que está a acontecer na TAP - cujos pilotos marcaram greve para 9 de Agosto - se prende com a decisão do Governo de privatizar a transportadora aérea.

"Numa altura em que já se privatizaram até os aeroportos, a TAP é essencial ao país. O que está a acontecer é que em vez de haver uma estratégia para uma companhia aérea pública que lhe permita fazer o seu trabalho da melhor forma possível para o país, tem existido uma estratégia para tornar a TAP privatizável", lamentou.

Nem um tostão para o BES
A coordenadora do Bloco defendeu também que os contribuintes portugueses não devem dar nem "um tostão" para o BES, por entender que quem comete os crimes económicos é que tem de os pagar.

"É preciso que quem fez crimes económicos pague por eles, pague na justiça, mas pague também os buracos que criou, que não os deixe para os contribuintes", frisou.

Catarina Martins lembrou que, "há cinco anos, Ricardo Salgado queixava-se da obsessão patológica do BE com o BES", mas agora se vê "que o BE tinha razão".

Na sua opinião, o escândalo do BES veio dar razão ao BE quando dizia "que os offshores escondiam o que se estava a passar", que "a confusão entre o poder político e o poder económico trazia a impunidade sempre dos mesmos" e que "os grupos financeiros estavam a retirar a riqueza do país".

"Sabemos que a impunidade está toda no BES, como tem estado nos vários escândalos financeiros", considerou, congratulando-se por, ainda que tarde, a justiça comece a funcionar.

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