Os delegados à IX convenção do Bloco de Esquerda (BE), que decorre neste fim-de-semana, em Lisboa, decidiram rejeitar a criação da figura do simpatizante e aprovar referendos internos, independentemente do seu objecto, desde que a iniciativa, que compete à Mesa Nacional, seja aprovada por 500 militantes.

A proposta de referendos internos sem um objecto definido a priori – candidatura presidencial, acordos ou coligações pré ou pós-eleitorais – foi avançada pelo candidato à liderança do Bloco Pedro Filipe Soares, em conjunto com as dirigentes Mariana Aiveca e Joana Mortágua. Os actuais coordenadores, João Semedo e Catarina Martins, propunham que os referendos internos estivessem circunscritos à temática das coligações ou dos candidatos presidenciais.

Os delegados presentes neste sábado, no Pavilhão do Casal Vistoso, decidiram ainda rejeitar a introdução nos estatutos do partido da criação do simpatizante.

Entre as alterações mais importantes está também a exigência de uma comissão política que observa o princípio da paridade de género 50/50, tendo em conta a proporcionalidade dos resultados eleitorais das diferentes moções que são apresentadas na convenção. Esta proposta tinha tido também a oposição dos actuais líderes quando foi discutida na Mesa Nacional, órgão máximo do partido entre convenções.