Berta Cabral afirma que fusão do Colégio Militar com Instituto de Odivelas vai avançar

Secretária de Estado remete para razões "afectivas" a carta de 35 personalidades, incluindo Ramalho Eanes, altas patentes militares e ex-ministros, enviada a Cavaco Silva.

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“Muitas vezes as empresas não são viáveis porque não se lhes dá um plano financeiro adequado", defendeu Berta Cabral José António Rodrigues

A secretária de Estado da Defesa disse hoje compreender “as razões afectivas” de muitas pessoas em relação ao Colégio Militar, mas defendeu que a “fusão” com o Instituto de Odivelas é “uma mudança que se impõe”.

“Compreendemos as razões afetivas que levam algumas pessoas a defender a manutenção dos colégios tal como eles se encontram hoje, a verdade é que estamos a encetar uma reforma no país e, em concreto, nas Forças Armadas, essa reforma passa por algumas alterações nos colégios que são públicas”, disse Berta Cabral.

A secretária de Estado falava aos jornalistas depois de questionada sobre uma carta em defesa do Colégio Militar subscrita por trinta e cinco personalidades, incluindo o ex-Presidente da República Ramalho Eanes, altas patentes militares e ex-ministros, que foi enviada ao Presidente da República, noticiada esta quarta-feira pelo PÚBLICO.

A carta foi enviada a Cavaco Silva a 28 de junho e pede a suspensão do despacho do ministro da Defesa, de 8 de abril passado, que determina a transformação do Colégio Militar num internato/externato com rapazes e raparigas e a consequente construção de infraestruturas de internato feminino, absorvendo as alunas do Instituto de Odivelas.

Dizendo compreender a iniciativa, Berta Cabral contrapões que estas alterações “trazem economia” e que “isso é essencial para o país” quando “há tantos sacrifícios pedidos aos portugueses”.

“Eu acho que este é um sacrifício muito pequeno e que pode perfeitamente ser pedido, e deve ser pedido, esse esforço de racionalização tem de ser feito e deve ser feito”, acentuou.

“No século XXI não há justificação para haver segregação por género no ensino público em Portugal, há muitos anos que não há no restante ensino, também não faz sentido que haja nas Forças Armadas quando já há tantas senhoras nas fileiras das Forças Armadas a desempenhar cargos de grande responsabilidade, acho que o nosso país tem de dar esse passo qualitativo em termos do ensino militar, sem perder a qualidade do ensino, esse é um pressuposto de partida”, sustentou.

A governante referiu que “estamos no século XXI e a vida faz-se de mudança” e que “esta é uma mudança que se impõe neste momento”.

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