BE e CDU consideram que a direita estagnou o concelho de Sintra

Ex-líder Francisco Louçã tem feito campanha ao lado dos candidatos do Bloco de Norte a Sul do país.

O candidato do BE esteve esta terça-feira em Queluz na companhia de Francisco Louçã, enquanto Pedro Ventura, da CDU, desfilou nas ruas de Rio de Mouro ao lado de Jerónimo de Sousa.

O candidato do BE à Câmara Municipal de Sintra, Luís Fazenda, percorreu esta terça-feira na companhia do ex-líder do partido, Francisco Louçã, as ruas de Queluz, numa arruada silenciosa, em que se distribuíram mais folhetos do que beijinhos. Bem mais barulhenta foi a acção no mesmo dia da CDU, em Rio de Mouro, durante a qual o candidato à Câmara e actual vereador com o pelouro das actividades municipais, Pedro Ventura, andou acompanhado por Jerónimo de Sousa, que visitou pela primeira vez como secretário-geral do PCP aquela freguesia.

Os dois partidos concordam, pelo menos, ao considerar que a direita estagnou o concelho de Sintra. Luís Fazenda diz mesmo que conta “com a presença do BE, do PCP e do PS” para “conseguir uma maioria diferente daquela que tem governado a Câmara e que conduziu Sintra à estagnação e a uma enorme indiferença acerca da crise social”. A prioridade de Fazenda é a “emergência social”: “O concelho de Sintra está a viver um momento dramático”, afirmou, acrescentando ainda que o concelho “parou no tempo há muitos anos”.

O candidato da CDU à Câmara de Sintra, Pedro Ventura, também considera que é “preciso mudar de ciclo em Sintra” e romper “com o passado”: “É preciso condenar a 29 de Setembro todos aqueles que já tendo tido responsabilidade nos fizeram passar de quarto lugar no índice de qualidade de vida em 2002 para 129º lugar em 2013”, disse. “Sintra é demasiado importante para continuar estagnada”, acrescentou.

O actual autarca de Sintra é Fernando Seara (CDS-PP/MPT/PPM/PSD), atingido pela limitação de mandatos e que se candidata agora a Lisboa. Francisco Louçã também considera que é necessário “alterar o regime populista de Seara” que arruinou Sintra”.

Mas se a CDU pede aos eleitores a presidência da autarquia, já Louçã e Luís Fazenda garantem que o grande objectivo do BE em Sintra é eleger um vereador: “O BE está a lutar pela vereação, por eleger um vereador e dessa forma conseguir alterar a relação de forças na Câmara, de modo a que haja uma ruptura com os partidos e políticas de direita que têm hegemonizado a Câmara há muitos anos”, disse Luís Fazenda.

O ex-líder do BE, Francisco Louçã, acredita ainda que nas ruas há “uma grande hostilidade contra as forças do governo” que está “muito fragilizado” sobretudo no que respeita às imagens da ministra das Finanças no caso dos swaps, do ministro dos Negócios Estrangeiros no caso das acções e ainda do vice primeiro-ministro: “Maria Luís Albuquerque falhou à verdade ao Parlamento, Machete falhou à verdade ao Parlamento, e Paulo portas fez da sua presença no governo um jogo político”, diz.

Também no comício que fez no final da arruada, a CDU não poupou críticas ao Governo, pedindo aos eleitores que no dia 29 de Setembro penalizem não só o PSD e o CDS, mas também o PS. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considera que, apesar de estas serem eleições autárquicas, o que está em causa é também uma “avaliação” da “situação nacional”.

“O nosso país hoje está a sofrer um sufoco, está a andar para trás, os portugueses estão a viver pior, o país está mais dependente do estrangeiro, o desemprego atinge níveis só comparáveis com os tempos do fascismo. Hoje há cerca de dois milhões e cem mil portugueses, que estão no limiar da pobreza, tudo isto resulta não de qualquer cataclismo, não de qualquer calamidade ou castigo divino, isto resulta de uma política concreta”, afirmou, pedindo que se penalize nas urnas quem tem “infernizado a vida a tantos e tantos portugueses”.

Jerónimo de Sousa considera ainda que depois de dia 29 serão anunciadas novas medidas, “malfeitorias” e mais “pancada” nos portugueses. E acusou o Governo de não ter resolvido o problema do défice e da dívida: “Afinal o tal empréstimo, a tal ajuda da troika para onde foi camaradas? Não foi para a dívida nem para o défice, foi para a banca, para os sectores financeiros, para os grandes grupos económicos”, argumentou.

A arruada da CDU em Rio de Mouro foi bem animada, ao som de gaita-de-foles, tambores e com cravos vermelhos a serem distribuídos pela população. Jerónimo de Sousa também distribuiu abraços e beijos, e ainda ouviu palavras de incentivo dos cidadãos, como as de uma senhora que garantiu o voto nos comunistas: “Desejava imenso conhecê-lo. É preciso votar na CDU, chega de desfalcar o país e de votar sempre nos mesmos!”.

Na corrida a Sintra estão ainda Pedro Pinto (PSD, CDS-PP e MPT), Basílio Horta (PS), Marco Almeida (independente), Nuno da Câmara Pereira (PND), Barbosa de Oliveira (independente), José Lucena Pinto (PNR), Nuno Azevedo (PAN), e António Laires (PCTP/MRPP).

               

 
 
 
 

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