BE diz que Cavaco Silva deve “instar oficialmente” Governo e não mandar “recados”

O BE afirmou que o Presidente da República deve “instar oficialmente” o Governo a defender o reforço do papel do Banco Central Europeu (BCE) junto das instituições europeias e não “mandar recados” pelas redes sociais.

"O BE saúda esta evolução recente do pensamento do senhor Presidente da República, mas é importante reconhecermos também que chega tarde a uma necessidade que já se impõe há muito tempo ao nosso país, afinal, depois da casa arrombada é que o senhor Presidente reconhece que se deviam ter colocado trancas na porta”, disse à agência Lusa o deputado bloquista Pedro Filipe Soares.

O Presidente da República, Cavaco Silva, instou hoje o BCE a comprar já dívida pública de Portugal e Irlanda e pediu clarificação rápida dos mecanismos de apoio aos países em dificuldade, numa mensagem escrita no Facebook.

Soares considerou que, “na prática”, é preciso saber “se o presidente Cavaco Silva vai ou não instar o Governo a defender estes pontos de vista, que são os necessários para fazer frente a uma crise que em vez de ter saída à vista, cada vez está a mergulhar os países mais fundo na austeridade”.

“O Presidente da República já disse em diversas situações que tem reuniões semanais com o primeiro-ministro e por isso não manda recados porque os dá pessoalmente. Bem, esperamos que isso seja o que se passa agora, que não mande recados por notas do Facebook, mas que oficialmente inste o Governo a fazer o que é necessário, que é defender os interesses do nosso país”, declarou.

O parlamentar do BE defendeu que “se estas medidas [o BCE comprar dívida directamente aos Estados] fossem levadas por diante agora eram importantes e poderiam minimizar o que se percebe que continua a haver ainda de especulação sobre as dívidas soberanas”.

“Esperamos que haja uma consequência destas palavras para além de uma nota de Facebook e que oficialmente diga ao Governo para defender junto das instâncias europeias aquilo que é essencial ao país, algo que o Governo sempre se tem recusado a fazer”, reforçou, lembrando que “o primeiro-ministro ainda em declarações recentes dizia que estas medidas poderiam lançar uma guerra sobre a Europa”.

 

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