Batalha de impugnações no PS com Costa em vantagem

Grande confusão mancha as eleições na distrital de Braga e de Coimbra. Extrapolando os resultados para 28 de Setembro, o autarca de Lisboa teria conseguido 70% dos votos expressos.

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Eleição na federação do Porto Nelson Garrido

Ao segundo dia das eleições directas, o PS mergulha numa batalha de impugnações. O tiro de partida foi dado este sábado ao início da tarde por Joaquim Barreto, candidato à distrital do PS em Braga, logo que as urnas abriram. Apoiante de António Costa, Barreto apresentou um protesto em todas as assembleias de voto do distrito e contestar a legalidade da convocação das eleições federativas e prometeu impugná-las.

Diz Barreto, que já foi muito próximo de António José Seguro, que o líder da federação do PS de Braga, Fernando Moniz, não tem competência para convocar as eleições como acabou por acontecer. A decisão foi tomada pelo secretariado nacional dos socialistas perante a recusa de Mesquita Machado, presidente da mesa da comissão politica distrital de federação de Braga, que não pretendia enviar as convocatórias para os militantes enquanto não tivesse em seu poder os cadernos eleitorais.

À noite foi a vez do deputado Mário Ruivo, também apoiante de Costa. O candidato à liderança do PS de Coimbra anunciou que impugnou as eleições para aquele cargo e também para os delegados ao congresso federativo.

Adversário de Pedro Coimbra, que deverá ser reeleito líder da distrital, Mário Ruivo acusou a Comissão Organizadora do Congresso de não ter cumprido os prazos na emissão dos cadernos eleitorais e de não lhe ter facultado os cadernos ao contrário do que sucedeu com o seu adversário e com as duas candidatas ao departamento de Mulheres Socialistas.

Um pouco antes, a lista liderada por Maria José Gonçalves à federação do PS-Braga denunciou “gritantes ilegalidades” nas mesas de voto em Barcelos por estarem a votar militantes “sem apresentação de documentos de identificação”, considerando não haver as “mínimas condições de transparências”.

Num voto de protesto apresentado à mesa, a que a Lusa teve acesso, os militantes designados por aquela lista para fiscalizar o ato eleitoral que está a decorrer para eleger o presidente da Federação Distrital do PS-Braga denunciam ainda que "estão" a ser "impedidos" de realizar a referida fiscalização e de não terem acesso aos cadernos eleitorais.

No meio de toda esta confusão, é encontrado mais um morto com quotas pagas nos cadernos eleitorais de Braga. Trata-se da quarta pessoas falecida a ter as quotas regularizadas e pronta a votar. Este caso aconteceu na Póvoa de Lanhoso

Impugnações e faltas de transparência à parte, os resultados alcançados sexta-feira pelos candidatos apoiantes de António Costa às eleições federativas do partido colocam-no numa posição mais confortável para o grande combate das primárias que vai travar com António José Seguro. Transpondo estes resultados para uma eleição directa ou para umas primárias pode-se afirmar que as federações conquistadas pelas candidaturas afectas a Costa obtiveram perto de 70% dos votos expressos.

As candidaturas apadrinhadas por Costa venceram em Aveiro, Lisboa, Setúbal, Leiria; Federação Regional do Oeste (FRO), Évora e Portalegre, enquanto os protagonistas das listas apoiadas pelo secretário-geral venceram as distritais: de Bragança, Beja, Guarda, Viana do Castelo, Beja. Em Castelo Branco venceu a deputada Hortense Martins.
Santarém realizou as eleições nos dois dias e o vencedor é  António Gameiro, apoiante de Seguro.

Seguro ganhou também a eleição em Vila real onde havia apenas uma candidatura.

Em Ovar, numa primeira reacção aos resultados, Costa declarou que os “militantes estão a falar de uma forma muito clara”. “Agora que os militantes estão a falar de uma forma muito muito clara, é preciso respeitar o sentido do voto e a sua vontade”, acrescentou.

Na apresentação da sua candidatura, o candidato foi cauteloso ao afirmar: “Não podemos abrir feridas que depois são mais difíceis de sarar”...

Mas este sábado também foi dia de eleições. Os militantes das federações do Algarve, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Porto e Viseu foram a votos. Neste segundo dia, Seguro leva alguma vantagem. À hora do fecho desta edição, ainda não eram conhecidos todos os resultados, mas o secretário-geral do PS tinha a vitória  garantida no Porto (apenas uma lista foi a votos e provavelmente Viseu, onde António Borges (que esteve sempre com o líder do PS) era dado com favorito.

Às sete vitórias já alcançadas, Costa juntou as distritais do Algarve, Castelo Branco e muito provavelmente Braga.

O que acontece é que António Costa é o escolhido pelas federações com maior dimensão, como aconteceu em Lisboa, onde teve um resultado esmagador. Este efeito acaba por anular os votos conquistados pelo secretário-geral do PS em duas ou três federações mais pequenas.


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