Balsemão vai processar Ongoing por causa de relatório sobre a sua vida privada

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Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa Enric Vives-Rubio

O presidente da Impresa, Francisco Pinto Balsemão, vai processar os autores do relatório de quase 40 páginas elaborado no seio da Ongoing, que dá conta de pormenores da sua vida privada e que indicia que esteve a ser espiado.

De acordo com o processo das secretas, que está no DIAP – Departamento de Investigação e Acção Penal - Jorge Silva Carvalho, ex-espião e então quadro da Ongoing pediu, no início de Setembro do ano passado, pediu a Paulo Félix, então quadro da empresa, que elaborasse um relatório sobre Balsemão, em especial informações financeiras como os empréstimos que o grupo Impresa tinha e quando venciam. Não se percebe de quem terá partido o pedido inicial, mas são conhecidas as guerras entre o presidente da Ongoing, Nuno Vasconcellos e o seu padrinho Francisco Balsemão.

O dono da Impresa vai “responsabilizar criminalmente os autores do documento”, que inclui “dezenas de calúnias e falsidades - algumas das quais de mau gosto e grotescas”. No relatório de quase 40 páginas há informações sobre as empresas de Balsemão, mas também muitos dados sobre a sua vida privada, alguns mesmo polémicos.

O autor do relatório incluiu mesmo correspondência que terá trocado com Marcelo Rebelo de Sousa, para saber informações menos conhecidas sobre Balsemão referentes ao tempo em que o professor era director do Expresso. O documento inclui uma biografia esquemática do patrão da Impresa, assim como um gráfico com uma lista com os seus amigos (como Artur Santos Silva ou António Guterres), aliados (onde se incluem Cavaco Silva ou Paulo Portas) e inimigos (como Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, da Ongoing, José Sócrates ou Miguel Relvas (este por querer privatizar a RTP).

"Surpreendeu-me e chocou-me conhecer os métodos, os princípios e as práticas adoptados por pessoas e empresas que desenvolvem as suas actividades livre e impunemente numa sociedade democrática”, afirmou Balsemão em comunicado. “Quase 40 anos depois da instalação da democracia em Portugal, é lamentável que se continuem a praticar este tipo de métodos 'pidescos', que julgávamos erradicados e que o sistema judicial devia rapidamente punir, condenar e abolir", remata.

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