Assis defende disponibilidade do PS para viabilizar governação

Eurodeputado é visto por alguns no PS como um potencial desafiador de António Costa.

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Assis critica duramente o Bloco de Esquerda Adriano Miranda

O eurodeputado socialista Francisco Assis afirmou esta terça-feira que o PS deve assumir a liderança da oposição ao Governo PSD/CDS-PP, nunca se subjugando a chantagens, mas deve ser sensível às "legítimas" preocupações de estabilidade política.

Esta posição sobre a linha estratégica a seguir pelos socialistas, que já fora abordada pelo actual presidente da câmara de Lisboa, no futuro quadro parlamentar foi transmitida por Francisco Assis, considerado a principal figura da corrente de centro-esquerda dentro do PS.

"Um grande partido como o PS não pode, em nenhuma circunstância, colocar-se numa situação de fragilidade perante as chantagens e as ameaças de outras forças partidárias à sua esquerda ou à sua direita. Nesta perspectiva, entendo que o PS deve assumir com clareza a liderança da oposição ao Governo de direita, sem que isso signifique uma indisponibilidade de princípio para a viabilização dos instrumentos imprescindíveis à governação do país", advogou o cabeça de lista dos socialistas às eleições europeias de 2014.

Depois de perder a disputa da liderança para António José Seguro em 2011, Assis declarou o seu apoio ao ex-secretário-geral quando este foi desafiado por António Costa. Desde essa altura tem sido apontado como um dos representantes máximos da linha derrotada nas primárias. No entanto, as suas posições públicas centraram-se mais na defesa de uma posição socialista mais ao centro. Com a derrota nestas legislativas, o seu nome foi apontado como um dos que poderiam desafiar António Costa. Mas o eurodeputado preferiu o silêncio até agora.

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Esta foi uma das questões mais relevantes do discurso de derrota de António Costa, no passado domingo. O ex-presidente do Grupo Parlamentar do PS sob as lideranças de António Guterres e José Sócrates sustentou que estes dois princípios de orientação não são incompatíveis.<_o3a_p>

"Bem pelo contrário, o país não compreenderia nem um PS subjugado à chantagem parlamentar da direita, nem um PS insensível às legítimas preocupações de estabilidade política. Abre-se, assim, uma possibilidade real para a realização de um diálogo útil entre o Governo e a principal força da oposição, sem pôr em causa a identidade nem de um nem de outro", acrescentou Francisco Assis, que foi derrotado por António José Seguro na corrida à liderança do PS.

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