Assis afasta-se do movimento de oposição no PS que ele próprio criou

O eurodeputado afasta qualquer participação activa, mas há elementos do movimento que querem convidar figuras moderadas do PS como Nuno Severiano Teixeira, Vital Moreira ou Rui Pereira para o debate.

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Assis recua e diz que não pretende entrar no combate interno Miguel Manso

A indigitação de António Costa para primeiro-ministro esfriou a determinação de Francisco Assis de dar corpo a uma “corrente crítica e alternativa no PS”. Há menos de um mês, os críticos de António Costa juntaram-se num encontro na Mealhada, promovido por Francisco Assis, e foram muitas as vozes que se ouviram a criticar a estratégia do líder socialista. Era o início de um movimento “contra a radicalização do PS”.

Na Mealhada, o eurodeputado voltou a declarar que tinha responsabilidades perante o país e o PS e disse não aceitar uma coligação à esquerda. Mas agora, a situação é outra: “Há um mês desafiei a que se fizesse um movimento. O PS é um partido democrático e não tenho o direito de estar a manter uma atitude de guerrilha. Embora não acredite nesta solução, neste modelo, neste governo, vou manter-me afastado de tudo. Vou manter-me como eurodeputado”, declarou ao PÚBLICO.

Agora com a indigitação e António Costa para chefe do Governo, Assis recua e diz que não pretende entrar no combate interno, abandonando um eventual confronto com Costa pela liderança do partido no próximo congresso nacional PS, que deverá realizar-se depois das presidenciais. Mas reafirma a sua oposição à estratégia do secretário-geral.

 “A nossa ideia é fazer isto com tempo, à la longue, promovendo iniciativas no Porto, em Lisboa, fora da disputa política normal”, esclareceu o eurodeputado, que se demarca de um manifesto que anda a circular e que será divulgado em breve. “O documento que anda a circular é uma coisa que nada tem a ver com o que pretende fazer”, esclarece.

Segundo o Expresso, no esboço do documento estes socialistas temem que António Costa, “como líder de uma maioria negativa, que, perdendo, quer constituir-se como governo minoria absoluta”, esteja a levar o PS pelo caminho de uma “radicalização que eventualmente acabará por destruir o partido. Garante que “aqueles que estão nesta linha de orientação distinta daquele que prevalece no partido não estão a pensar sair do partido”.

Álvaro Beleza, Eurico Brilhante Dias, António Galamba, Ricardo Gonçalves, Miguel Laranjeiro, todos ligados à anterior direcção do PS, liderada por António José Seguro, são algumas das figuras do PS que integram o grupo dos críticos que não estão dispostos a deixar cair o movimento. Pelo contrário. Querem trazer para a discussão um conjunto de personalidades da área moderada do partido, como Nuno Severiano Teixeira, Vital Moreira, Rui Pereira, José Lamego. António Rebelo de Sousa. A discussão segue dentro de momentos.

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