Assembleia da República à venda por um euro em site de anúncios

Gestão do site garante que não é estratégia de comunicação e que desconhece a identidade do "vendedor"

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Site de classificados não identifica o "vendedor" do Parlamento Pedro Cunha

O edifício da Assembleia da República foi colocado à venda por um euro num site de anúncios. A justificação apresentada é a mudança “para um pequeno T3”.

“Vende-se Assembleia da República”, lê-se no OLX.pt, num anúncio ilustrado com uma imagem da fachada principal do edifício e três fotos da sala do plenário, duas delas com os lugares ocupados pelos deputados.

O motivo da venda? Por causa da “famosa crise vamos nos [sic] mudar para um pequeno T3”. A descrição é parca em pormenores. Afirma-se que tem “lugar para 230 pessoas sentadas”, mas avisa-se que se arranjam “mais alguns lugares”. E que o edifício tem “mil e uma divisões que só servem para gastar”.

Além do preço – um euro –, não há qualquer indicação de contacto do anunciante. A resposta tem que ser dada através de uma caixa de correio do próprio site.

Curiosamente, de acordo com o site, os utilizadores que visualizaram o anúncio da venda do edifício do Parlamento “também se interessaram” por painéis-sandwich para isolar telhados, um rachador de lenha para tractor, um miniberbequim e máquinas de afagar pavimentos.

Ao PÚBLICO, a assessoria de comunicação do OLX.pt garantiu que não se trata de qualquer estratégia de publicidade do site de classificados e que o anúncio foi mesmo colocado esta sexta-feira, por volta das 15h, por um anunciante que só agora se registou. E afirma desconhecer a identidade do “vendedor”. Normalmente, estes anúncios – sem intenções reais de negócio – mantêm-se activos por duas semanas.

“Por vezes há anúncios curiosos. Como não infringia as regras do site, a gestão decidiu manter este anúncio”, acrescentou a assessoria de imprensa, lembrando o exemplo do anúncio colocado há um ano e meio, no leiloes.net, em que se “vendia” o então primeiro-ministro José Sócrates por 78 mil milhões de euros – o mesmo valor que a troika, então recém-chegada ao país, se preparava para emprestar a Portugal.
 
 
 

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