As pessoas estão “confusas” com o que se está a passar, diz Negrão

O deputado, ainda no papel de ministro da Justiça, diz que não está em pré-campanha eleitoral, mas apenas a “explicar aos militantes” o que se está a passar no país.

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Fernando Negrão preside à comissão parlamentar de inquérito ao BES/GES Enric Vives-Rubio

O Governo caiu, mas ainda mexe. “Vivemos num regime semi-presidencialista, e não puramente parlamentar”, disse o ainda ministro da Justiça, Fernando Negrão, esta quarta-feira à noite em Faro, à entrada de uma reunião de militantes inserida nas jornadas conjuntas PSD e CDS.  A mensagem que pretendeu transmitir, disse, foi de “alento, porque as pessoas estão confusas”.

Fernando Negrão, acompanhado da vice-presidente da Assembleia da Republica, Teresa Caeiro (eleita deputada pelo distrito de Faro), preparava-se para explicar aos militantes porque é que o partido que ganhou as eleições tombou ao fim de 11 dias de tomar posse. “Isto que está a acontecer, do partido que perdeu as eleições poder vir a governar Portugal e ter um primeiro-ministro, não só contraria todas as regras democráticas que foram instituídas desde o 25 de Abril, como também afasta os eleitos dos eleitores”.

Na noite das eleições, recordou Negrão, “os portugueses olhavam para os resultados eleitorais e viam quem tinha ganho, sabiam quem ia ser o primeiro-ministro e dormiam descansadas”. Daqui para a frente, sublinhou, “os portugueses verão os resultados eleitorais e não saberão quem será o primeiro-ministro”. A situação, acrescentou, “está a dar intranquilidade a muitas pessoas, que não compreendem o que se está a passar”. 

Questionado sobre se a iniciativa das jornadas “Portugal Caminho do Futuro” já se insere na pré-campanha eleitoral com vista a umas próximas eleições legislativas, respondeu: “Não, não é pré-campanha. No fundo, os responsáveis que hoje estão no Governo, não deixam de ser militantes partidários”.

Nesse sentido, justificou a iniciativa partidária, que decorreu no Clube Farense, como “uma obrigação de explicar aos militantes dos partidos a que pertencemos as razões pelas quais entendemos que as coisas não deveriam ter acontecido desta forma” . Mas o Governo ainda mexe? “Tem de mexer, porque o país não pára, mesmo que não concorde com o facto de estar nesta situação”.

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