António Costa pede um PS unido e concentrado na vitória das autárquicas

Presidente da Câmara de Lisboa fugiu ao tema da luta interna no PS.

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António Costa no seu discurso Rui Soares
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Carlos César, Vasco Cordeiro e António Costa Rui Soares

Quem esperava que António Costa fosse ao 15.º congresso do PS-Açores clarificar a sua posição relativamente ao coro de pedidos socialistas para a realização de um conclave antecipado, saiu nesta sexta-feira frustrado do teatro Faialense, na Horta.

O presidente da autarquia de Lisboa dedicou uma breve frase ao PS logo no início da sua intervenção na qualidade de “convidado de honra” e deixou tudo em aberto: “Este é um ano muito importante, o ano em que o partido tem que se unir, empenhar e concentrar na vitória das eleições autárquicas.”

Mas também disse que “poucos cargos políticos” são capazes de conferir tanta realização quanto as funções executivas do poder local, como aquelas que ocupa na capital. Foi esse carimbo executivo de Costa que Carlos César, eleito presidente honorário do PS/Açores com 97,3% dos votos, destacou.

Agradeceu a presença “clarificadora” do socialista e descreveu Costa como “um intérprete privilegiado das ambições dos portugueses, um homem de Estado, um governante experiente e conhecedor, um político de convicções, íntegro e de palavra e, sobretudo, o que infelizmente escasseia no nosso país, um político com coração.”

Num discurso de mais de meia hora, Costa retribuiu os elogios do seu “velho amigo” e ex-governante açoriano. E à obra feita de César acrescentou desafios para o futuro. E uma certeza que não concretizou: “Eu não sei quando, mas tenho a certeza, olhando para o futuro, que um dia voltaremos a trabalhar juntos.”

O episódio da partilha de um “gabinete em Alcântara” na época da JS nos anos 70 era então relatado aos congressistas. Já antes, Costa dissera a César o que a oposição interna ao actual secretário-geral do PS, António José Seguro, parece sugerir ao próprio presidente da câmara de lisboa: “O que é bom quando os ciclos que encerram é que novos ciclos se abrem.”

O autarca de Lisboa contornava assim a vida interna do partido, apontado baterias ao Governo, e sugerindo receitas alternativas para estabilizar a economia e o emprego, “moralizar” as famílias e as empresas e investir na concertação social. Para o PS, deixou apenas a receita que se espera do principal partido da oposição, ao afirmar que a missão principal do partido é construir um novo futuro para Portugal para que, com confiança, o país possa vencer a crise.

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