António Costa defende salário mínimo de 522 euros a 1 de Janeiro

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A camanha de António Costa promete ideias fora da caixa Daniel Rocha

O candidato às primárias do PS António Costa considera que a negociação do aumento do salário mínimo nacional deve ter em conta a interrupção originada pela crise, devendo ser de 522 euros a partir de 1 de Janeiro do próximo ano.

No segundo dia da Academia Socialista da JS, que decorreu em Seia, António Costa defendeu uma actualização salarial para 522 euros, um número acima do que é proposto quer pelo Governo, quer pelas organizações sindicais.

O candidato às eleições primárias do PS afirmou que a negociação do salário mínimo nacional deve ter em conta o valor que estava a ser negociado aquando da interrupção originada pela crise em 2007. “Esta deve ser a base de referência da negociação e não deve haver outra”, disse durante o debate com os jovens.

"O acordo que tinha sido feito na concertação social em 2007, e que foi interrompido na crise [a actualização acabou por ser suspensa ainda por José Sócrates, que firmara o acordo da actualização progressiva com patrões e sindicatos], teria conduzido ao salário mínimo de 500 euros em 2011. Manteve-se congelado nos 485 euros", observou, daí que defenda o valor de 522 euros dentro de três meses e meio, tendo como referência a trajectória que teria sido realizada.

Para o candidato, o aumento salarial tem de ter um aumento, independentemente da evolução da produtividade e do aumento do custo de vida, como pretende o Governo.

Aos jovens socialistas, António Costa lembrou que é preciso reduzir as desigualdades e ter uma visão estratégica para as futuras épocas ao contrário do que, salientou, faz o actual Governo que é o de “andar no mar sem saber qual a rota”. É nesse sentido que, segundo o candidato, “ao programa de ajustamento” tem de se seguir um “programa de recuperação económica”.

Para o candidato, há dois problemas em Portugal que se podem resolver no futuro, referindo-se ao nível de qualificação "bastante baixo" nas empresas e de existir "uma enorme geração que está 37% no desemprego e com níveis de qualificação muitíssimo superiores àqueles que eram os das gerações anteriores".

“Como António Guterres costumava dizer, um dos maiores desafios da política é conseguir transformar os problemas em oportunidades", acrescentou. Costa propõe um mecanismo para que se possa incorporar a mão-de-obra desempregada "como um factor de modernização" do tecido empresarial, contribuindo para acelerar a sua modernização e "empresas mais competitivas na economia global".

Defende a utilização de fundos da União Europeia para esse fim e, também, a introdução de mecanismos de reformas a tempo parcial, como contrapartida da admissão de jovens a tempo inteiro.

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