António Costa critica troika e anterior Governo pelo caso Banif

Balanço dos primeiros 30 dias de Governo em entrevista ao Jornal de Notícias.

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Nuno Ferreira Santos/Arquivo

O primeiro-ministro critica a troika e o anterior Governo (PSD e CDS) pelo caso Banif. António Costa quer apurar responsabilidades neste caso. Numa entrevista na edição do Jornal de Notícias desta sexta-feira, dia de Natal, o governante lamenta que o Executivo de Passos Coelho nada tenha feito em relação ao Banif. "A diferença é que se tivesse sido tomada [uma decisão] há três anos, teria tido menos custos e outras condições", acredita, lembrando que a decisão foi tomada em três semanas, "em condições adversas, com custos pesados".

Mas há mais culpados nesta história, como a troika. Afinal, esta esteve "desatenta ao sistema financeiro". "A troika andou excessivamente preocupada a procurar problemas no Estado, nas autarquias, nas freguesias e nas regiões, e bastante desatenta ao que acontecia no sistema financeiro", acusa António Costa.

Quanto ao Banco de Portugal (BdP) e ao seu governador, Carlos Costa, o primeiro-ministro diz que não cabe ao Governo fazer um julgamento sobre a actuação daquele responsável, mas declara que há necessidade de mudar as regras da supervisão do BdP.

Sobre a criação do banco de fomento, o governante limita-se a responder: "O banco de fomento não existe."

Apesar da injecção de 2,2 milhões de euros no Banif, do buraco na Segurança Social de 600 milhões e da TAP, António Costa está confiante que não vão ser necessários ajustes ao Orçamento do Estado para o próximo ano. "Tivemos um programa prudente e conservador", diz, acrescentando que o Governo está a preparar o Orçamento cumprindo o que prometeu. "Sou o primeiro primeiro-ministro em muitos anos que não se estreia anunciando aumento de impostos que tinha prometido não subir. Pelo contrário, fruto da negociação com o PCP e o BE, vamos prosseguir de forma mais acelerada à eliminação da sobretaxza do IRS, reposição dos vencimentos da função pública, actualização do salário mínimo nacional, reposição do abono de família, do complemento solidário para idosos e do rendimento social de inserção. A par, criámos uma unidade de missão para capitalizar empresas."

 

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