Alterações à legislação sobre ensino especial aprovadas por PS e PSD

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As crianças vão poder frequentar instituições de educação especial quando os apoios no regular forem insuficientes Rui Gaudêncio/PÚBLICO (arquivo)

PS e PSD aprovaram hoje as alterações à legislação sobre ensino especial, criando a possibilidade de crianças com necessidades educativas especiais frequentarem instituições de educação especial, caso os apoios no ensino regular se manifestem "comprovadamente insuficientes".

A reforma da Educação Especial, aprovada em Conselho de Ministros, foi publicada em Diário da República a 7 de Janeiro, com o objectivo de transformar as instituições de ensino especial em centros de recursos materiais e humanos, até 2013, e ter todas as crianças, gradualmente, no sistema de ensino regular, numa lógica de escola inclusiva.

Contudo, no âmbito de dois pedidos de apreciação parlamentar requeridos pelo PSD e pelo CDS-PP, foram agora introduzidas alterações ao diploma, que define os apoios especializados a prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário dos sectores público, particular e cooperativo.

Entre as alterações aprovadas está a possibilidade das crianças com necessidades educativas especiais frequentarem instituições de educação especial, caso os apoios no ensino regular se manifestem "comprovadamente insuficientes".

Pais vão poder pedir mudança de escola

Na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, onde as apreciações parlamentares foram discutidas, os socialistas aprovaram ainda uma proposta de alteração dos sociais-democratas, que estipula no texto da lei que os pais das crianças com necessidades educativas especiais vão poder solicitar a mudança de escola, caso discordem com as medidas educativas definidas pelo estabelecimento de ensino onde o estudante está inscrito.


Por outro lado, o PS aprovou igualmente outra proposta do PSD, que estipula que no final de cada ano lectivo se faça uma avaliação global sobre a pertinência e utilidade da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial de Saúde, no âmbito da referenciação e avaliação das crianças com necessidades educativas especiais.

Ficou ainda definido que as condições de funcionamento e financiamento das instituições de educação especial, bem como os modos de acesso e frequência dos alunos com necessidades educativas especiais a estes estabelecimentos de ensino serão definidos por portaria.

O Partido Socialista aprovou outra proposta do PSD, tendo em vista a eliminação da revogação de dois artigos de um despacho, como previa o diploma do Governo. Assim, os alunos que revelem capacidades de aprendizagem excepcionais e um adequado grau de maturidade a par do desenvolvimento das competências previstas para o ciclo que frequentam vão poder continuar a progredir mais rapidamente, saltando um ou dois anos de escolaridade durante o ensino básico.

Além do voto contra das bancadas do CDS-PP, PCP, BE e PEV, as alterações foram ainda chumbadas pelas deputadas independentes da bancada do PS Maria do Rosário Carneiro e Teresa Venda.

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