Anda por aí um sobressalto (político, cívico?) devido à coincidência de três jogos de futebol com o dia das eleições. Benfica, FC Porto e Sporting vão para os relvados no mesmo dia em que os portugueses são chamados a votos. Ora isto, que em princípio não deveria preocupar um único cidadão, foi motivo de reparo da Comissão Nacional de Eleições, que através do seu porta-voz disse à agência Lusa que “misturar as duas coisas poderá ser pouco sensato” e “não é recomendável”. Pois os votantes apegados ao futebol não têm motivo para discordar: não misturarão. Primeiro votam, depois vão ao jogo. Ou ao cinema, a um concerto, a um bar, onde lhes aprouver. Votar não obriga, como nas comunhões católicas, a posterior recato. Visto como dever, obrigação ou festa, do voto em diante qualquer cidadão é livre de fazer o que lhe apetecer. Ou acham que, em pleno século XXI, ainda há alguém que confunda votos com futebóis?