Alegre considera que Papa é o único líder a dizer o que deve ser dito

Histórico socialista criticou discurso de líderes portugueses e internacionais, considerando que o Papa Francisco é o único que está a saber "fazer uma autocrítica ao que está acontecer na Europa", num discurso em que acusou o Governo de querer “rever” a Constituição através da legislação.

Foto
Alegre falava num comício de apoio ao candidato socialista à autarquia Daniel Rocha/arquivo

O socialista Manuel Alegre defendeu que o Papa Francisco é o “único” líder mundial “a dizer aquilo que deve ser dito”, num discurso em que acusou o Governo de querer “rever” a Constituição portuguesa através da legislação com o apoio de Cavaco.

Em Braga, para um comício de apoio ao candidato socialista à autarquia, Alegre acusou, na quinta-feira à noite, ainda o presidente da República de “compactuar” com a tentativa do Governo de Passos Coelho de mudar a Constituição.

O histórico socialista afirmou ainda não lhe agradar a estátua do Cónego Melo, erguida recentemente numa das principais rotundas da cidade, sugerindo que o próximo executivo bracarense homenageie “um grande cidadão” de Braga e um “grande português”, Francisco Salgado Zenha.

“A esquerda tem que fazer uma autocrítica sobre o que está acontecer na Europa. É por isso que considero que o único líder que está a dizer aquilo que deve ser dito é o Papa Francisco”, afirmou Manuel Alegre.

Confrontado com o chumbo do Tribunal Constitucional, conhecido na quinta-feira, a algumas das alterações ao Código do Trabalho propostas por Passos Coelho, Manuel Alegre acusou o Governo de usar a legislação para fazer aquilo para o qual não obteve maioria no Parlamento.

“Este Governo quis fazer uma revisão da Constituição e não conseguiu. Como não pode tenta fazer agora através da legislação”, disse, apontando ainda o dedo a Cavaco Silva. “O Governo faz isso e com complacência do Presidente da República”, salientou.

Questionado sobre a estátua ao Cónego Melo, erguida há cerca de dois meses em Braga, o socialista mostrou discordância. “Não me agradou. Não concordo e não votaria a favor. Há um grande cidadão bracarense, um grande cidadão português que merecia muito mais, Francisco Salgado Zenha”, referiu.

Sugerir correcção
Comentar