Alegre acusa Marques Mendes de se “autoproclamar porta-voz” do Conselho de Estado

Histórico socialista questiona se Marques Mendes "está a cometer uma inconfidência" ou se "sabe algo que outros não sabem".

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Marques Mendes indicou que o Conselho de Estado deverá ser convocado nas próximas semanas Nuno Ferreira Santos

Manuel Alegre acusou esta segunda-feira Marques Mendes de se “autoproclamar porta-voz” do Conselho de Estado, ao anunciar que o Presidente da República irá convocar aquele órgão em breve. O histórico socialista sublinha que o Conselho de Estado só pode ser convocado pelo chefe de Estado e quer que o anúncio do ex-líder do PSD seja alvo de um esclarecimento.

Marques Mendes, membro do Conselho de Estado, anunciou no seu comentário na SIC na noite de sábado que Cavaco Silva deverá reunir o órgão consultivo do Presidente da República nas próximas semanas, mas não adiantou uma data.

“Isto é um dado que eu tenho por confirmado e adquirido”, afirmou o antigo dirigente social-democrata. “A agenda não sei, mas imagino que seja a preocupação com a estabilidade”, completou, acrescentando que Cavaco Silva deverá tentar “evitar que haja rupturas”.

Para Manuel Alegre, que também faz parte daquele órgão, esta situação é “muito estranha”. “Ninguém pode falar pelo Presidente da República e não me consta que Marques Mendes tenha sido nomeado porta-voz do Conselho de Estado. Aliás, o Conselho de Estado não tem porta-voz”, salientou o socialista, indicando à Lusa que irá pedir um esclarecimento sobre a iniciativa assumida por Marques Mendes.

Ao PÚBLICO, a Presidência da República informou que "não tem informação disponível" sobre a convocação do Conselho de Estado. Manuel Alegre disse, por sua vez, ainda não ter recebido qualquer convocatória e que o mesmo se passa com outros membros deste órgão de aconselhamento do Presidente da República.

“Ou Marques Mendes está a cometer uma inconfidência, e sabe algo que outros não sabem; ou autoproclamou-se a si próprio uma coisa que não há e não pode ser, porta-voz do Conselho de Estado”, defendeu.

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