Albuquerque entregou assinaturas para convocar congresso extraordinário do PSD-Madeira

Antecipação do congresso para Junho depende do conselho regional constituído exclusivamente por membros propostos por Alberto João Jardim.

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Miguel Albuquerque daniel rocha

O candidato à liderança do PSD na Madeira, Miguel Albuquerque, entregou esta sexta-feira na sede regional do partido o requerimento subscrito por 640 militantes para a convocação de um congresso extraordinário, com carácter electivo, a realizar em Junho de 2014.

“O partido perdeu a proximidade com os eleitores, perdeu sete das 11 câmaras da Madeira que estão nas mãos dos adversários políticos do PSD. Por isso, é urgente promover o debate interno e abrir-se à sociedade para contrariar o estado de erosão da sua base social e voltar a liderar as grandes causas da região”, afirmou Albuquerque, à entrada da sede, antes de entregar as assinaturas, o dobro das necessárias para convocar o congresso extraordinário.

A antecipação das eleições internas é justificada pela “urgência de apresentar novas soluções para os graves problemas da região” que implicam “mudar de liderança e de políticas”, diz o ex-presidente da câmara do Funchal. Neste momento, lamenta Albuquerque, o partido “encontra-se num estado de estagnação”, na “gestão corrente de politiquices que nada dizem às pessoas” e “não apresenta horizontes de esperança para os madeirenses”. “Se eu for líder do partido vamos ganhar as eleições regionais e inverter esta situação”, garante.

De acordo com os estatutos do PSD-Madeira, a convocação de congresso extraordinário pode ser feita a pedido do conselho regional, da comissão política regional ou de 300 filiados regionais. É com base nesta prerrogativa que os apoiantes de Albuquerque solicitaram a antecipação do congresso para Junho próximo, antecedido de eleições directas para a comissão política e secretariado. Estava marcado para Janeiro de 2015, com a eleição do líder em Dezembro de 2014.

“O partido não tem tempo a perder, apesar das interpretações e estados de alma do actual líder”, frisa. Alberto João Jardim opõe-se à antecipação do congresso, com a ameaça de expulsar do partido quem o contrariar, por alegada desestabilização da unidade interna e desrespeito por decisões tomadas pelos órgãos dirigentes. “Não nos intimidamos nem cedemos às pressões ilegítimas exercidas sobre as pessoas”, reage Albuquerque, frisando que o pedido de antecipação respeita os requisitos estatutários.

Em caso de congresso extraordinário, cabe ao conselho regional, presidido pelo vice-presidente do governo regional, João Cunha e Silva, decidir da justificação, ou não, da pretendida eleição. Refira-se que, ao contrário do que se passa no PSD nacional e dos Açores, todos os órgãos dirigentes do partido na Madeira são exclusivamente constituídos por elementos que integraram as listas propostas pelo candidato vencedor das eleições directas.

Apesar de ter obtido 49 contra 51 por cento, nas primeiras e únicas eleições internas em que Alberto João Jardim teve um adversário desde 1978, a candidatura de Albuquerque não está representada no conselho regional nem em nenhum dos órgãos representativos do PSD-Madeira. 
 

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