Ala esquerda do PS quer simpatizantes do partido a votar para o secretário-geral

Subscritores do documento pedem a Seguro que as propostas sejam discutidas no Congresso do PS deste fim-de-semana. Debate só deve acontecer depois das eleições legislativas.

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Congresso do PS decorre entre 26 e 28 de Abril em Santa Maria da Feira Miguel Manso

Numa carta aberta a António José Seguro, mais de 40 socialistas propõem que simpatizantes do PS possam votar para a eleição do secretário-geral e que a comissão nacional e a comissão política do partido incluam membros que não sejam militantes do PS.

O documento, que é assinado à cabeça pelo ex-secretário de Estado da Presidência do Conselho de ministros e ex-secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira, e que inclui os deputados Pedro Nuno Santos, João Galamba, Isabel Moreira, Pedro Delgado Alves e Duarte Cordeiro, pede ao actual secretário-geral que as propostas sejam discutidas já no próximo congresso do partido, que se realiza entre 26 e 28 de Abril, em Santa Maria da Feira.

Os signatários da carta Aproximar os cidadãos dos partidos, reforçar a ligação entre o PS e a sociedade, declaram três objectivos: “abrir os órgãos do partido à sociedade, permitir que os cidadãos participem na construção das medidas políticas do PS e credibilizar as nossas propostas”.

Atribuir direito de voto a simpatizantes do PS na eleição para o secretário-geral do partido, convocar referendos para decidir sobre posições do partido, nos quais possam votar militantes e cidadãos eleitores, e a possibilidade de 25 cidadãos independentes ou simpatizantes poderem entrar para a comissão nacional e 7 incluírem a comissão política são algumas das propostas. Este conjunto de socialistas defende, por exemplo, que as propostas eleitorais do partido sejam apresentadas com um calendário e programa de execução, nomeadamente com "uma estimativa de impacto económico-financeiro".

Os subscritores do documento reconhecem que já foram dados passos importantes no sentido de uma maior abertura do partido, mas defendem que é preciso ir mais longe e dar “firmes passos na abertura do PS à sociedade”.

“Se defendemos esta abertura para o país, temos de começar por dar esse exemplo na nossa própria casa”, escrevem.

Na carta dirigida ao líder do PS, os socialistas solicitam que António José Seguro agende esta discussão na ordem de trabalhos do Congresso deste fim-de-semana. Mas em declarações esta segunda-feira, o dirigente Miguel Laranjeiro avançou que estas alterações aos estatutos serão discutidas apenas “depois das eleições legislativas”. O socialista defendeu assim que o Congresso deve priorizar o debate sobre os problemas do país. 

Carlos César, ex-presidente do governo regional dos Açores e politicamente muito próximo de António Costa, é o primeiro subscritor online da carta, que foi formalmente apresentada por João Tiago Silveira ao final da tarde de hoje. Numa sessão realizada na Fundação Portuguesa das Comunicações, em Lisboa, João Tiago Silveira insistiu que as propostas devem ser discutidas no Congresso:  “Fazer política é estudar, discutir e apresentar propostas concretas à sociedade, sabendo depois aprovar ou reprovar, tomando posições. Queremos uma discussão com um resultado à vista, com uma aprovação ou reprovação de medidas num processo democrático”, argumentou. 
 

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