Abstenção nas presidenciais chegou aos 95,5% na emigração

Votos dos emigrantes já foram todos contados.

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Câmaras tiveram de mudar assembleias de voto devido a encerramento de centenas de escolas ADRIANO MIRANDA

A contagem de votos dos emigrantes portugueses nas eleições presidenciais foi concluída esta segunda-feira com os dados dos consulados de Londres e Caracas. No total, dos 301.775 inscritos no estrangeiro, votaram apenas 13.566, o que corresponde a uma abstenção de 95,5%.

Segundo a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, a demora no escrutínio dos votos deveu-se a uma questão de logística, relacionada com a legislação que prevê que "em todas as assembleias onde há menos de cem eleitores, os votos não podem ser contabilizados no próprio local". "Os votos têm de ser concentrados na secção mais próxima do consulado e só depois disso é que o próprio consulado também abre as urnas", explicou a secretaria de Estado.

Dos 1386 emigrantes registados no consulado de Londres, votaram 291, ou seja, 21%, e em Caracas, de um universo de 9254 inscritos, votaram 148, o que equivale a 2%.

Outro atraso no apuramento dos resultados eleitorais ocorreu também em Washington e Newark, onde a votação foi adiada devido a fortes nevões e se realizou só no passado fim-de-semana.

Apesar de oficialmente confirmado o fim da contabilização dos votos das eleições presidenciais, a página na Internet do Ministério da Administração Interna não tem ainda a informação actualizada, indicando que falta ainda contar os votos de dois dos 73 consulados.

Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República a 24 de Janeiro com 51,99% dos votos em território nacional, uma percentagem acima dos 50,5% conseguidos pelo seu antecessor, Cavaco Silva, na primeira eleição, em 2006. O ex-líder do PSD e comentador político tornou-se o quinto Presidente da República portuguesa eleito desde o 25 de Abril de 1974, numas eleições em que se registou uma abstenção de 49,78%, se se considerar já a votação na emigração.

De acordo com os dados do Ministério de Administração Interna, Marcelo obteve 51,99%, seguindo-se Sampaio da Nóvoa (22,9%), independente apoiado por personalidades do PS, Marisa Matias (10,13%), apoiada pelo BE, Maria de Belém (4,24%), militante do PS, Edgar Silva (3,95%), apoiado pelo PCP, Vitorino Silva (3,29%), Paulo de Morais (2,15%), Henrique Neto (0,84%), Jorge Sequeira (0,3%) e Cândido Ferreira (0,23%).

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