A um mês das eleições nem PS nem PSD-CDS parecem perto da maioria

Última sondagem, SIC/Expresso, dá ao PS uma vantagem de 1%.

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Esta sondagem revela poucas oscilações entre os restantes partidos Nuno Ferreira Santos

A margem tem vindo a diminuir, mas a tendência repete-se. O PS lidera as intenções de voto para as legislativas de 4 de Outubro próximo. Nesta sondagem hoje publicada pelo Expresso, realizada pela Eurosondagem (1.040 entrevistas telefónicas) para aquele semanário e para a SIC, enquanto os socialista recolhem 36% a coligação PSD-CDS fica-se pelos 35% das intenções de voto.

É a menor diferença desde que António Costa chegou à liderança do partido, depois de vencer as primárias internas de Setembro do ano passado. Porém, Costa continua a ser o líder partidário com melhor saldo nas avaliações, tendo registado uma subida na sua popularidade no mesmo período em que a sondagem revela uma quebra eleitoral de 0,3% no PS. Já Pedro Passos Coelho é o mais impopular dos líderes, apesar da subida de 0,2% registada pela coligação PaF.

De resto, esta sondagem revela poucas oscilações entre os restantes partidos. A CDU recolhe 10,4% (uma ligeira subida), o Bloco de esquerda 4,6% (uma ligeira descida), o PDR e o Livre/Tempo de Avançar ficam exactamente como estavam na última sondagem, em Agosto, com 2,3% e 1,7%, respectivamente. Essa estabilidade já havia sido sublinhada pelo cientista político, e especialista em sondagens, Pedro Magalhães, no seu blogue Margens de Erro, ainda antes de ser conhecida esta consulta: “O retrato geral desde Maio até hoje é, afinal, de grande estabilidade nas duas listas com maiores intenções de voto, com mais oscilações na coligação PSD/CDS-PP (mas fundamentalmente devidas à sucessão de diferentes sondagens de diferentes empresas com seus respectivos "house effects"), e uma vantagem - reduzida - do PS sobre a coligação. (…)A CDU está estável desde finais de 2014, o BE está há dois meses com resultados algo acima dos seus piores resultados na legislatura, o PDR há muito tempo que não se aproxima dos excelentes resultados iniciais dados pela Aximage (na casa dos 5%) e o Livre está muito estável em torno dos 2%.”

Segundo os dados da Eurosondagem há, ainda, 21% de “indecisos”. Se esta fatia do eleitorado será, ou não, decisiva para a escolha final é uma dúvida ainda por esclarecer. Numa entrevista recente, Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, pareceu acreditar que sim, colocando-os na órbita de um potencial crescimento da coligação de direita. Recorrendo a estudos pós-eleitorais, nas últimas quatro eleições legislativas, Pedro Magalhães concluiu que, de facto, há dois partidos que beneficiam de mais votos decididos “à última hora”: CDS e BE. Porém, esse efeito pode compensar outros: “Nas eleições anteriores, ao passo que o CDS parece ter-se dado sempre melhor entre os eleitores que dizem ter decidido no final da campanha, o PSD deu-se sempre pior. Entre ganhos e perdas, a coisa deverá ter sido ela por ela para os dois partidos vistos como um conjunto. As diferenças entre os "early deciders" e os "late deciders" nunca foram dramáticas, e nem sequer em 2002 serviram para mudar o desfecho principal. Em suma, está por provar que os tais "indecisos" sejam tão decisivos como muita gente parece pensar.”

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