A notícia é a derrota do PS

Mais do que uma vitória da coligação, as projecções indicam que o PS foi o grande derrotado da noite eleitoral. Porque fez uma campanha muito pouco entusiasmante, porque se apresentou como um partido dividido e porque nunca conseguiu fugir às armadilhas que lhe foram montadas pela coligação.

Perdeu apesar de ter pela frente dois partidos que protagonizaram a maior dose de austeridade de que há memória nos 40 anos de democracia portuguesa. Convenhamos que é obra. Apesar do discurso à esquerda, Costa não conseguiu convencer os eleitores do Bloco e do PCP de que o PS seria a força capaz de defender os seus interesses, reforçando o peso destes partidos no futuro Parlamento. A confirmarem-se as sondagens, os números indicam que os socialistas também deixaram escapar o centro político, esse lugar mítico cuja conquista supostamente dita os vencedores. 

Como a campanha eleitoral demonstrou, o Bloco de Esquerda já é a surpresa da noite, vencendo em todas as frentes. Não só pode ultrapassar, pela primeira vez, o PCP em termos de mandatos, como está à beira de obter o seu melhor resultado de sempre. 

A eleição de deputados de partidos até agora não representados na Assembleia da República pode vir a ser uma boa surpresa da noite e sinal de que os portugueses estão atentos a novas propostas e a novos protagonistas políticos.

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