A democracia e os seus limites

Abre hoje, na Assembleia da República, uma exposição intitulada O Nascimento de Uma Democracia. Comissariada por José Pacheco Pereira, com fundamentos explicados pelo próprio num texto que o PÚBLICO hoje dá a conhecer (págs. 16 a 18), apresenta como propósito “retratar o nascimento da democracia portuguesa: o direito e o exercício de vir à rua manifestar-se, o direito e o exercício de organizar-se, a passagem à legalidade dos partidos clandestinos e a génese de novos partidos, o direito de falar e escrever livremente.” Para tal, exibe 200 rostos individuais, mais dois colectivos (“Soldados de Abril” e “Portugueses”), como representantes dos que edificaram a democracia. Serão polémicos, mas recolocam o debate nestes termos: a democracia não nasceu por decreto, mas sim dos choques que, em 1974-76, testaram os seus limites; e nesse teste, por vezes violento, criaram os alicerces do novo regime. É um debate útil, nestes tempos.

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