10 de Junho no Porto, Rio de Janeiro e São Paulo

O Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas irá levar o Presidente e o primeiro-ministro ao Brasil.

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Este ano, Marcelo e Costa partilharam um chapéu de chuva em Paris. Em 2017, como estará o clima institucional? Daniel Rocha

Porto, Rio de Janeiro e São Paulo serão os palcos onde se desenrolarão em 2017 as celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Beneficiando da diferença horária entre Portugal e Brasil, a festa começa no Porto, voa para o Rio de Janeiro, e termina já no dia 11 de Junho, em São Paulo.

Prosseguindo a iniciativa de celebrar o Dia de Portugal com as comunidades portuguesas no estrangeiro, que foi estreada este ano por proposta do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que levou o 10 de Junho a Paris, o Governo decidiu escolher o Brasil como local de eleição para às celebrações oficiais do Dia de Portugal. O primeiro-ministro, António Costa, acompanhará o Presidente da República nesta deslocação oficial.

O PÚBLICO soube, através de um membro do Governo, que inicialmente o Presidente da República teve dúvidas e ofereceu resistência à ideia da escolha do Brasil como palco do 10 de Junho. A razão das dúvidas de Marcelo Rebelo de Sousa prendeu-se com o facto de os seus netos e o seu filho Nuno Rebelo de Sousa viverem em São Paulo, onde este último preside à Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil.

O Presidente temeu que a escolha fosse interpretada como uma decisão pessoal que pudesse sugerir algum tipo de favoritismo familiar. Mas o Governo ter-se-á oposto a mudar a decisão por tal motivo. Primeiro, porque a escolha do local tinha sido uma escolha do Executivo e não do Presidente. Logo, não haveria campo para que alguém viesse argumentar que pesara qualquer critério de favoritismo pessoal do Presidente. Por fim, o Governo tinha assumido como prioridade dar primazia à relação com a vasta comunidade portuguesa no Brasil.

De acordo com as informações obtidas pelo PÚBLICO, a festa do 10 de Junho iniciar-se-ão na cidade do Porto com a tradicional cerimónia oficial de passagem de revista as Forças Armadas em parada.

Terminada a cerimónia militar, o Presidente e o primeiro-ministro, com a comitiva oficial, embarcam num avião com destino ao Rio de Janeiro. Na antiga capital brasileira, decorrerá uma cerimónia oficial do 10 de Junho com a vasta comunidade portuguesa naquela cidade e no Estado do Rio de Janeiro, bem como com portugueses que vivem noutros Estados do Brasil.

O encerramento da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades decorrerá em São Paulo, já a 11 de Junho, noutra cerimónia que juntará a diáspora portuguesa naquela cidade mas também noutros pontos do centro e norte do Brasil.

30 horas, 2 continentes

Ainda que as cerimónias se prolonguem até dia 11 de Junho, a escolha do Brasil permite que os festejos oficiais, sempre dentro dos limites de dia 10, se prolonguem por cerca de 30 horas, devido à diferença horária entre a Europa e a América do Sul.

De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, ainda não está confirmada a participação do chefe de Estado brasileiro, nem de membros de outras entidades oficiais. Mas tudo indica que venham a ocorrer encontros bilaterais entre os dois Presidentes, Marcelo Rebelo de Sousa e Michel Temer, à semelhança do que aconteceu a 10 de Junho destes ano em Paris, onde o Presidente português reuniu com François Hollande.

As comemorações do 10 de Junho foram pela primeira vez celebradas fora de Portugal em 2016, por iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha prometido durante a campanha eleitoral levar as comemorações oficiais do Dia de Portugal às comunidades portuguesas na diáspora.

A cidade então escolhida para a estreia foi Paris, uma das capitais com maior peso de emigrantes portugueses. O Governo aproveitou a celebração para inaugurar na capital francesa a primeira Loja do Cidadão fora de Portugal para servir os emigrantes portugueses em França. Ainda no âmbito desta deslocação oficial, o Presidente da República fez questão de se encontrar com a selecção nacional de futebol, que estava já em estágio para o Campeonato Mundial de Futebol, do qual Portugal acabaria por sair vitorioso.

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