Se for eleito com maioria, PS contrariará austeridade e recomendações do FMI

António Costa defende ainda que não é preciso reduzir número de funcionários públicos.

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António Costa criticou a privatização da TAP Miguel Manso

O secretário-geral do PS, António Costa, reagiu ao relatório do FMI, divulgado nesta segunda-feira, garantido que se os socialistas tiverem maioria nas próximas eleições legislativas, vão contrariar as políticas de austeridade e as recomendações do FMI.

“As recomendações são precisamente no sentido oposto à alternativa que propomos. Faremos uma política contrária que permita alcançar os bons resultados que o país precisa e que a prossecução destas politicas de austeridade, que este Governo quer continuar a prosseguir, só tem dado maus resultados”, declarou aos jornalistas, no final de um encontro, em Lisboa, com agentes culturais com o objectivo de recolher contributos para o programa eleitoral.

O secretário-geral apelou a uma “maioria clara” do PS que “contrarie essa obsessão pela austeridade”. Para Costa, o que o relatório do FMI diz é que, depois de quatro anos de austeridade, “é preciso mais do mesmo”: “É necessário uma alternativa que permita virar a página da austeridade, que permita relançar a economia, gerar a criação de emprego, de confiança e, cumprindo as regras que partilhamos na zona do euro, poder devolver ao país esperança.”

António Costa defendeu ainda não ser necessário reduzir o número de funcionários públicos: “Temos, neste momento, um nível adequado do número de funcionários. Pelo contrário, é necessário começar a reconstituir centros de competência que permitam reintroduzir no sector público muitas das capacidades técnicas que foi perdendo”, disse, sublinhando que, em áreas como serviços jurídicos ou análise financeira de projectos, se está a recorrer “à contratação no sector privado” e que o PS pretende, entre outras medidas, contratar “jovens licenciados desempregados” que “o país está a desperdiçar”.

Quanto à privatização da TAP, o secretário-geral lamenta que, no final do mandato, o Governo tome decisões que possam ser “irreversíveis”: “Este Governo está numa agonia que tem vindo a ser prolongada e está naquela fúria de saber que tem muito pouco tempo para acabar de fazer as maldades que quer fazer ao país. Cada dia que passa é um dia em que eles têm mais uma oportunidade de fazer mais uma maldade. Esperemos que não haja tempo para que pratiquem actos que sejam irreversíveis”, disse, acrescentando ainda, com ironia, que o ministro da Economia “inspira” uma “enorme confiança em cada acto de governação que pratica”.

Foi também com ironia que comentou as críticas que a coligação PSD/CDS fez ao PS no jantar, neste fim-de-semana em Guimarães, para assinalar o primeiro aniversário da saída da troika do país: “É extraordinário que façam um jantar para festejarem e, como não têm nada para festejar, a única coisa que têm para dizer é falar do PS e de mim próprio. Sinto-me muito honrado, para o PS é uma enorme distinção.”

António Costa considerou ainda “chocantes” as imagens de violência, nos festejos do Benfica, e que motivaram a abertura de um inquérito.

 

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