Cartas à directora

Mais um feito de Passos Coelho: auxiliares de educação licenciados e doutorados

Os directores de vários agrupamentos de escola têm recebido candidaturas de licenciados e doutorados para o preenchimento de vagas para funcionários de escolas, onde vão vigiar os recreios ou até efectuar a limpeza das casas de banho. O trabalho a desempenhar é, como qualquer outro, digno e nunca deve ser desrespeitado nem marginalizado pela sociedade. Não é essa a minha questão. O que me preocupa é verificar, uma vez mais, a verdadeira grandeza de toda a "obra" de Passos Coelho. Será que mesmo assim, ainda há quem acredite em toda a encenação de uma boa recuperação de emprego e de alguma retoma no nível de vida dos portugueses? Que sacrifícios não terão feito os pais desses licenciados e doutorados para que os filhos terminassem a vida académica? Para quê? Espero que um dia, num futuro próximo, consigamos saber toda a verdade sobre a tragédia que se abateu sobre nós e que, infelizmente, não nos vai deixar tão cedo.

Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Desvalorização salarial

Com um quinto dos trabalhadores a receber mensalmente o salário mínimo nacional é fácil o governo cantar de galo, quando fala em competitividade da economia portuguesa! À custa da desvalorização do salário, os trabalhadores da pátria lusa são pau para toda a colher! Segundo dados do Ministério da Economia, aumentou em 73% o número de trabalhadores a receber o ordenado mínimo nacional (485 euros). António Saraiva, presidente da Confederação Empresarial de Portugal, foi dirigente sindical. Conhece os labirintos das negociações de contratos de trabalho entre sindicatos e entidades empregadoras. Considero António Saraiva um elemento a ter em conta no futuro das relações trabalhadores/empresários. Ao JN/Dinheiro Vivo, Sérgio Monteiro, da UGT, disse que "assistimos a uma substituição de trabalhadores bem pagos por pessoas mais jovens e mal pagas”. Quem assim fala não é um defensor acérrimo do patronato explorador. Longe vão os tempos em que a UGT era considerada aliada do patronato! Por vezes está mais à esquerda do que a CGTP/intersindical. Com quatro milhões de portugueses emigrados é fácil perceber que os trabalhadores portugueses são mais acarinhados no estrangeiro do que em Portugal.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

PÚBLICO ERROU

No calendário de debates entre os líderes políticos publicado na edição de ontem, por lapso foi indicado que o frente-a-frente Paulo Portas/Catarina Martins é no dia 4, quando na verdade está previsto para o dia 8 de Setembro. Todas as datas apresentadas referem-se às propostas das televisões, mas ainda não estão totalmente consensualizadas com as candidaturas.

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