Cartas à directora

Isto interessa a quem?

As novidades na Educação em Portugal são, por agora, a preocupação nos excessos de reprovações no básico e secundário. 

Novidade? Nem por isso. Se compreendermos os tempos que atravessamos, poupar milhões de euros, neste caso, com a eliminação do número de retenções dos nossos alunos que, pelo visto, não resolvem nada, teremos de estar de acordo. Bom. No entanto podemos reflectir um pouco sobre o assunto e concluirmos que poupar nem sempre será a melhor solução. Claro que tudo está dependente da leitura que se faça do problema. Poupamos; mas os alunos passam sem saber o essencial. Isso interessa a quem? Talvez a um Estado sedento de resolver os seus problemas financeiros recorrendo à máxima: custe o que custar. Como resolver o problema? Naturalmente, trabalhar para passar os alunos que frequentam o nosso sistema escolar de forma lúcida: subir de nível, passar de ano, com os conteúdos do ano anterior assimilados de verdade. Fácil? Com a falta de comunicação positiva a favor da importância do saber que interessa, não se vê nenhuma facilidade.

Gens Ramos, Porto

Porquê?

Toda a gente bem sabe que os nossos deputados, não recordo eu qualquer honrosa excepção, estão muitíssimo mais interessados nos partidos onde militam do que nos interesses da generalidade dos portugueses que eles representam. Nunca vi nem ouvi, a não ser com envenenadas ironias, um só deles elogiar o trabalho dos outros, manifestar a menor satisfação quando a coisa está a correr bem, nem aplaudir civilizada e patrioticamente qualquer êxito, por mais notório que ele possa ter sido.

Mas muitíssimo mais grave é ver que muitos deles, ia quase a dizer todos mas não quero errar e muito menos ser injusto, torcem clubisticamente para que os que, em qualquer altura, conduzem o barco, se não forem da sua cor partidária, façam o pior possível e cometam os maiores e mais visíveis erros, para que nós, os que eles têm a missão de representar e defender os interesses, sintamos bem o navio a afundar-se.  

Digam-me quantas vezes todas eles, em unanimidade, estiveram de acordo? E, se estiveram, porquê?

Isolino de Almeida Braga, Vila Nova de Gaia

Homeopatia

Tenho andado entretida a ler a disputa sobre Homeopatia. Parece realmente que David Marçal e Carlos Fiolhais resolveram “acabar” com a dita.

Pergunto apenas: e se as diluições não ultrapassarem o número de Avogadro? Não se utilizam só diluições em C30!!! Por que não haverá moléculas?

Os doentes (centenas) sentem-se bem e… sentem os efeitos… Estarão todos sugestionados e serão débeis mentais?

A propósito: estou reformada da UNL, já que puseram em causa eu ter trabalhado lá… É assim!

Prof. Doutora Telma de Gonçalves Pereira, médica, doutorada em Bioquímica e Filosofia

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