Cartas à directora

Ando muito desassossegado

Ando muito desassossegado. Com tudo que sinto, que ouço, que vejo, que penso, chegando mesmo a pensar que certamente não estou a raciocinar bem, não interpretando racionalmente o que vou embebendo.
Assim, o que pensar sobre o que um "pensador" descompensado teve o despudor intelectual de ter afirmado – num programa televisivo acerca dos maus comportamentos na banca, eufemismo de roubo de milhões – que não se deve "pôr todos os ovos na mesma cesta"! Só se voltarmos ao "debaixo do colchão"?
Com o mesmo sinal de exclamação fiquei marcado quando Freitas do Amaral confessou, em mais um "púlpito" televisivo, que todos nós – míseros contribuintes à força e quase na forca – vamos pagar muito mais pelo roubado BES do que pagamos pelo saqueado BPN!
Então para que serve termos um sector público e outro privado? O público cobre o privado, enquanto o privado serve os acionistas e as administrações com os lucros e despeja os prejuízos no público!
E, de exclamação em exclamação já nem sei que diga, pois chego a pensar que posso vir a perder a razão com tanta exaltação.
José Amaral, Vila Nova de Gaia

Acabem de vez com experimentalismos

Quando ouvi o ministro Crato dizer que "no próximo ano não haverá experimentalismos" por causa dos problemas com a colocação dos professores, a pergunta que me ocorreu foi: e os nossos filhos, ministro Crato? É preciso lembrar que houve uma grande alteração das metas curriculares e que as cobaias são os nossos filhos!
E apesar de entender que o objectivo é o aumento da exigência no ensino, a verdade é que as metas parecem excessivas e a lista dos conteúdos demasiado extensa e por vezes desajustada à idade dos alunos (ex. Matemática no 1.º ciclo). Com exigência a mais e currículos demasiados extensos, o resultado são crianças ansiosas e sem tempo para pensar as matérias, já para não falar do tempo livre que também é necessário.
É que experiências noutros campos podem ser corrigidas, mas com o desenvolvimento e harmonia dos nossos filhos não se brinca! E eu como mãe de quatro filhos não estou satisfeita com a ansiedade que vejo nos meus filhos e que se manifesta em dores de cabeça e barriga.
Apenas pedimos um ensino centrado nos alunos e a certeza de que as alterações impostas são o melhor para o desenvolvimento harmonioso dos nossos filhos e que se acabem com as experiências!
Patrícia Latino Tavares, Lisboa

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