Cartas à Directora 20/08

Portugal em mudança

1. Excelente artigo do Prof. Paulo Trigo Pereira (P.T.P.), PÚBLICO 10.08.  (Em oito pontos tocou-se em tudo que é importante, desde os três níveis da mudança e os três tempos da mudança, aos nossos recursos escassos e às nossas excelências.)
2. Fala ainda do desempenho das nossas instituições, na política e na liderança, e, por fim, na regeneração do país.
Fica sempre para mim a pergunta final: e qual a razão apontada para não começarmos já?
Quais serão as razões para que os partidos não falem de forma aberta na sua própria remodelação, com gente nova que consiga liderar de forma transparente e ética, prestando boas contas?
Quais serão as razões para os deputados não terem palavras para nós, para os nossos problemas, em vez de forma tosca se insultarem de forma sistemática? Estando horas a falar sem dizerem nada??? Está muito difícil viver com esta gente.
Obrigada, PTP.
M.ª Manuela Rocha, Porto

Foi com elevada curiosidade que...

Foi com elevada curiosidade que li que o "BdP convida o filho de Durão e não revela quanto lhe paga".
E, embrenhando-me no conteúdo da notícia, verifiquei que o "regulador" de todas as tramóias emergidas na banca admitiu tão soberbo crânio por convite.
E mais soubemos que as admissões no BdP, para além se serem processadas por convite, também são por concurso ou por candidatura espontânea, quiçá de geração espontânea.
E que o vencimento/salário e o cargo são de somenos importância, pois que "o segredo é a alma do negócio".
Enfim, "os amigos são para as ocasiões" e "quem tem amigos não morre na cadeia".
Finalmente – sem saber se tal colaborador "toca piano e sabe francês", mas parece que sim –, o dito cujo abrange com mestria as áreas de interesse académico tais como Direito da União Europeia, Administrativo, Direito Internacional e de Regulação.
E para coroação final, com a "cereja no topo do bolo", o dito colaborador terá revelado no Facebook que é, imagine-se, benfiquista, e que, no basquetebol, gosta dos Spurs.
Portanto, ó gentes do meu país, fiquem mais descansadas, pois tal criatura encaixa perfeitamente no sistema que nos tem dado cabo da vida.
José Amaral, Vila Seca-Armamar

O "Soweto" dos EUA

Os EUA são um barril de pólvora com mecha ensarilhada que a torna curta. E são por esticadas e repetidas razões, cheias de variantes estendidas desde Fergunson a Washington ou desde Nova Orleães a Nova Iorque, e todas assentes em traumas históricos, sociais, racistas, discriminações a preto e branco espremidas e encolhidas entre as imensas caixas de papelão que abrigam o pé descalço sob o néon da fantasia, da precariedade e da injustiça. O saco da rebelião que milhões carregam desde os subúrbios, os bairros pobres e marginalizados, está a transbordar. Só não rebentou ainda porque o pesado estado policial está de armas e de olhos postos permanentemente, pois todos sabem o terreno que pisam. E é terreno minado, embora contido, por enquanto. O poder está vigilante e actua ao mínimo sinal de inquietação, adiando a fogueira. Até um dia. Mas esse tal dia de braseiro está na forja, e a América acordará já com o pesadelo do "levantamento sowetano" nas ruas por onde a marcha e o canto incendiário se farão e alargarão. A Casa Branca poderá, nesse tal dia que será sangrento, passar a chamar-se "Mausoléu da Vergonha". Escrito a negro, é claro!
Joaquim A. Moura – Penafiel

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