Cartas à Directora

Belas e ricas praias, mas mal dotadas

Frequento a Praia da Rocha desde criança, há cerca de 80 anos. É uma das mais belas e apreciada por nacionais e cada vez mais estrangeiros. Quase tudo nela se conjuga para atrair pessoas de todas as idades e origens. Tudo, menos as falésias, com suas escadarias íngremes, a constituírem autêntica barreira entre o casario e esplanadas superiores e a praia 15 a 20m abaixo. Há praias que não têm tal obstáculo (Monte Gordo, por exemplo), mas há outras que o têm (como Albufeira e não só). E, em relação a estas, as entidades competentes, preocupadas com as dificuldades para com os idosos, incapacitados, deficientes, mães com crianças ao colo ou em carrinhos, tiveram a consideração e bom senso  de construir um túnel ou elevadores entre as duas cotas. Quando toma a C.M. Portimão a iniciativa de dotar a melhor praia do país de uma infra-estrutura tão necessária e hoje tão ao alcance das tecnologias modernas e dos orçamentos públicos? Muita gente agradecerá.

António Catita, Lisboa

Costa, Passos e a UE

Uma das grandes diferenças - são bastantes, aliás - entre António Costa e Passos Coelho, é que este aceitava tudo o que a Europa dos ricos lhe impunha, o que não acontece com o actual primeiro-ministro. Quando a Merkel dizia mata, o Passos Coelho dizia esfola. Agora, não é assim, como prova a notícia deste último Expresso, que li com agrado, de que António Costa vai processar Bruxelas, se a Comissão Europeia aplicar sanções a Portugal. Quem o inimigo poupa, às mãos lhe morre. E ninguém tenha dúvidas de que a Alemanha actual – não a de Brandt nem a de Schmidt – é mais inimiga do nosso país do que amiga. Ou então, se preferirem, é uma falsa amiga. Costa bate o pé aos alemães, o que Passos nunca fez nem fará, não porque a vontade – ou melhor, a subserviência – não lhe faltasse, mas sim porque, felizmente para os portugueses, não voltará a ser primeiro-ministro. Nem que viesse o diabo!  E Marcelo diz, e bem, que não há sinais de crise. As legislaturas são para  cumprir.

Simões Ilharco, Lisboa

Almada, a mãe e o filho

Nos anos 80 do século passado o Centro de Arte Moderna da Gulbenkian fez uma exposição temporária sobre toda a obra de pintura e desenho de Almada Negreiros. Em 1992, o Centro Cultural de Belém inaugurou-se com uma exposição análoga. Em ambas a exposições constavam desenhos sob a título de “a mãe e o filho” pertencentes a coleções particulares. Por conversas de Sara Afonso (mulher de Almada) com a nora, sabe-se que esses desenhos foram feitos numa única tarde no jardim da casa que possuíam em Bicesse (que Almada designava como o fim do mundo mais próximo de Lisboa). Não encontrei nenhum desses desenhos em nenhum livro publicado sobre a obra de desenho e pintura de Almada. Sendo desenhos de grande qualidade não seria possível a algum editor acordar com o colecionador particular a publicação da obra?

Carlos V Anjos, Lisboa

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