Cartas à Directora

Esta Europa não é para velhos

Espantado e boquiaberto, vi e ouvi com estes que a terra há-de comer, num programa televisivo, o jornalista Luís Pedro Nunes (LPN) proclamar que não foi justo que, no referendo britânico, as pessoas com mais de 65 anos tivessem votado. Baseava-se, para sustentar “cientificamente” a sua tese, em vídeos feitos por jovens que o Guardian divulgou. Então, aqueles jovens, que ainda têm seis ou sete décadas de vida pela frente, hão-de ser condicionados pelas opções dos que só têm dez ou poucos mais anos de vida, já com os pés para a cova? Não sei o que pretende LPN com estas questões: adquirir mais notoriedade (merece-a?), abanar consciências, causar o estupor nas comunidades inquietas que, parece, se revoltam, sim, mas contra a “infalibilidade” das elites mandantes? Mais que não fosse, excluir de uma consulta, num assunto que é de todos, uma parte da população que, pelo menos, tem a seu favor o saber da experiência de vida, não é inteligente. Excluí-los porque já não valem a pena é coisa que me repugna e que não quero classificar. Fico-me pelo benefício da dúvida e prefiro aceitar que LPN não estava nos seus dias. Afinal, o Ronaldo também não joga sempre bem.

José A. Rodrigues, Vila Nova de Gaia

Pois sim

Qualquer cidadão europeu, qualquer cidadão português, por esta altura, devia ser capaz de formular uma opinião sobre os tempos que estamos a viver. Pois sim. A Europa vive os tempos mais conturbados depois da segunda guerra mundial. Portugal vive numa incerteza há mais de dez anos. E nós não dizemos nada? Claro que a democracia é um dos piores regimes que conheço, mas enquanto não surgir um melhor tenho que me sujeitar à democracia. Nada de original. O Reino Unido, apoiado por um referendo criado por Cameron que acreditava no "remain", escolheu o "brexit". Pois assim seja. Se é mau ou bom para nós portugueses? Uns dizem que é mau outros dizem o contrário. Aparentemente parece mau. Quando temos uma união de 28 países e esse número desce para 27; não me parece bom. Mas, como diria o outro: depende desse 1(um). Quanto a nós portugueses; temos muito por onde nos preocupar. Não conseguimos cumprir os regulamentos da UE, apesar dos muitos esforços proclamados pelos governos em exercícios e, agora, vamos sofrer as sanções que estão regulamentadas. E dizem: não merecemos! Vamos reclamar! Pois sim. 

Gens Ramos, Porto

A dita ajuda a Portugal

Há cinco anos foi anunciado a Portugal “um bom acordo, que defende o nosso país”, disse José Sócrates, a propósito de Portugal ser alvo do resgate pela troika. Não foi o povo que foi resgatado, mas sim!, os bancos e banqueiros. E quando há pouco tempo, o dueto Passos/Portas juraram que Portugal tinha tido uma «saída limpa», no quadro da ‘ajuda e assistência’ financeira... o resultado está à vista. Foi tão limpa que iremos ser sancionados por não cumprimento das metas impostas. Portugal não se livra de embusteiros!

Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas

Sugerir correcção
Comentar