Cartas à Directora

Vote

Está um belo dia hoje, apetece sair à rua, flautear as pernas, arejar a cabeça, caminhar com rumo mesmo que seja um passeio curto.

É um dia em que não contam as condições atmosféricas, faça chuva ou sol, saí-se à rua com apetite de sair.

Não interessa que seja manhã ou tarde, interessa é sair  e ir.

Temos poucos dias assim, só muito de vez em quando, pelo que há que aproveitar.  É obrigatório não ficar em casa a remoer nas vicissitudes da vida, fique  isso para o próximo Domingo, que neste, o que vale mesmo é desempoeirar.

Arranje-se de bonito ou bonita, leve uma caneta consigo (não vá o demo tecê-las), e vá  votar. É mesmo muito importante que o faça. Não seja desistente, não entregue a outros  decisões que devem ser partilhadas com a sua opinião,  e a sua opinião é ir votar.

Se o fizer vai sentir-se bem, porque contribuiu para alguma coisa, e creia: o seu contributo é valioso e único.

Ao fim do dia assista aos acontecimentos e desfechos e encha-se de energia e vontade, porque amanhã teremos que sair de novo à rua,  arregaçar as mangas e pôrmo-nos ao trabalho de reconstruir os cacos do nosso País.

Temos que ser nós a fazê-lo porque ninguém o faz por nós, apesar dos cantores desafinados  nos segredarem aos ouvidos com embalos e promessas de paraísos.

Luis Robalo, Lisboa

 

Ambiente de negócios

Quando em 1976 o Concorde iniciou os seus voos comerciais, foi proibido de aterrar nos EUA por questões ambientais. Curiosa a sensibilidade para o tema neste país, que, por coincidência, não tinha conseguido pôr a operar o Boeing SST, o seu avião comercial supersónico.

Na Europa, bastante sensível ao custo dos combustíveis, cerca de metade dos automóveis são “diesel”, um tipo de motorização praticamente ignorado pelos construtores americanos. Por coincidência, os limites de emissões permitidas para estes motores são muito mais apertadas nos EUA do que na Europa.

Se alguns construtores europeus conseguiram cumprir essa norma, a VW resolveu aldrabar. Instalou um sistema que detetava a situação de laboratório para alterar a gestão do motor e reduzir as emissões, apenas nessa fase. Enganar mais de 400 000 consumidores e uma agência governamental, e logo nos EUA, foi uma temeridade que vai custar muito, muito caro.

Os condutores que acham que o seu veículo consome mais do que o anunciado pelas marcas, podem também registar que não são casos únicos e que a tendência é piorar. É curiosa a evolução desse desvio no estudo “From Laboraty to Road” do ICCT de Setembro 2014: de 8% em 2001 para 38% em 2013. Considerando que os hábitos de condução não mudaram significativamente, os valores anunciados estarão cada vez mais otimistas… e irrealistas.

O impacto ambiental do automóvel é demasiado relevante para ficar à mercê de manipulações. Este escândalo da VW é demasiado grave para morrer no castigo de meia dúzia de engenheiros. Será suficiente para abalar e modificar a cultura desonesta que o permitiu…?

Carlos J F Sampaio, Esposende

 

O PÚBLICO ERROU

Por lapso, a entrevista ao fotógrafo Paulo Nozolino, publicada hoje na Revista 2, não saiu assinada. O texto é de Sérgio B. Gomes.

 

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