Cartas à Directora

Os "Match Point" de Durão Barroso

Não frequento as Universidades de Verão do PS e do PSD porque não estou para lhes dar dinheiro; é essa, aliás, uma das razões para também não lhes dar o meu voto nas legislativas: é que não quero dar-lhes, com o meu voto, três euros e tal! Mas, voltando às Universidades de Verão, acompanhei, através dos média, as "aulas" da sabedoria que por lá se anunciou com toda a solenidade na Universidade do PSD. Tocou-me profundamente a imagem do "Match Point" escolhida por Durão Barroso para elogiar o sucesso da política de Passos Coelho, que, segundo ele, foi decisiva para que, em matéria de recuperação económica, Portugal tivesse sorte diferente da Grécia. Acho esta imagem do "Match Point" genial porque tem aplicação universal. Por exemplo, aplicando-a ao próprio Durão Barroso, mostra-nos que ele caiu, pelo menos três vezes, para o lado errado: a primeira foi quando, entre ir e não ir ao Açores apoiar a coligação contra o Iraque, optou por ir; a segunda foi quando abandonou o cargo de Primeiro Ministro de Portugal para nos deixar entregues, sucessivamente, às desgraças de Santana Lopes e José Sócrates; a terceira foi quando decidiu ser um fiel acólito de Ângela Merkel. Como se vê, é grandiosa a ideia do "Match Point" de Durão Barroso! Valeu a pena a sua "aula"!

José Madureira, Porto

 

Vamos para eleições

Depois de quatro anos a criar desigualdades, Pedro Passos Coelho vem agora dizer que, se for governo, uma das prioridades será a criação de condições para suprimir ou, pelo menos,  diminuir as desigualdades sociais que existem no país. Pois bem, muito bem fala quem não quis que acontecesse o contrário. Com o programa que instaurou em Portugal, juntamente com Paulo Portas, baseado numa austeridade que atingiu sobretudo quem trabalha, é preciso pouco pudor para se apresentar agora como defensor daquilo que realmente fez. E o que fez: foi o seu contrário durante a oportunidade que os portugueses lhe deram; ainda por cima, essa oportunidade, foi conseguida, sobretudo quando se insurgiu contra o plano de austeridade apresentado pelo governo que derrotou. O tal do PEC IV. Mas, no outro lado, o principal lado, quer queiramos ou não, temos António Costa, que se apresenta com a ideia da defesa do óbvio: o crescimento, a aposta na educação, o apoio aos mais desfavorecidos; enfim: uma cartilha já demais conhecida de todos. O problema, no PS de AC, é que a grande maioria dos portugueses, para além de não estarem senis, lembram-se, muito bem daquilo que os "socialistas" fizeram nos anos que foram governo, principalmente, naqueles em que a tal conjuntura não estava favorável. Para governar a "casa" com o dinheiro dos outros não custa assim tanto. Mas governar a "casa" sem responsabilidade e sem respeito por quem, realmente produz e trabalha, julgando que, esses, são amnésicos, não lembra ao diabo. Vamos para eleições, antes que a austeridade aperte ainda mais.

Gens Ramos, Porto

 

O PÚBLICO ERROU

Na notícia sobre os 30 anos do Centro Comercial Amoreiras, publicada ontem na edição de Lisboa, escreveu-se erradamente o nome do director do shopping: é Nelson Leite e não Nuno Leite. O turismo pesa cerca de 7% no valor total das vendas, não no tráfego anual de visitantes como se escreveu. E o crescimento de 11% nas vendas, referido no artigo, diz respeito apenas aos valores de Julho deste ano, em comparação com os do mesmo mês de 2014.

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