Cartas à Directora

Novas políticas?

Na Europa os partidos tradicionais estão a sofrer um grande desgaste devido a uma situação económica globalmente mais restritiva e maior intolerância e visibilidade dos processos de corrupção, tráfico de influências e afins. Para lá do desenvolvimento sustentado da extrema-direita nalguns países, há também novidades no outro extremo. Há uma “nova esquerda” a crescer na Europa que é contra os mercados e contra quem manda na Europa, sendo a Grécia o primeiro país a testar a sua prática. Significa isto que com estas novas entradas em cena temos um panorama político mais amplo e mais rico? Não necessariamente.

Com as devidas nuances, os novos e antigos protagonistas continuam a ser máquinas de poder antes de serem projetos ideológicos. É sintomático o esforço que o Syriza parece estar disposto a fazer para não sair do Euro, quando pelos seus princípios já deveria provavelmente ter regressado ao dracma, por vontade própria. A falta de novas ideologias é um problema fundamental? Não necessariamente. Mais do que teorias brilhantes, precisamos de gente séria e competente e uma máquina de Estado sã. Os dois caminhos mediaticamente mais relevantes parecem resumir-se a: de um lado a consolidação orçamental indo ao bolso dos próprios cidadãos; do outro lado manter o défice indo ao bolso do vizinho rico. Como ideologia é pobre.

Aliás, é curioso notar que se todos os países Europeus, incluindo a Alemanha, fossem governados por um Syriza, com mãos largas a manter um brutal custo no Estado e de mãos rotas quanto a cobrança de impostos… como ficaria a Europa? Democraticamente falida.

Carlos J F Sampaio, Esposende

 

A fórmula resolvente

Senhores e senhoras, meninos e meninas, oiçam ou leiam esta história que é de pasmar - Cavaco Silva conseguiu subtrair, em vez de somar. E não é que resolveu uma difícil equação que só era até hoje uma questão, de bem governar. Temos o melhor entre o que é bom. Temos contabilista, accionista bem avisado, professor de alto nível e doutor bem casado. Só não temos presidente nem artista que faça a diferença, através da competência que dê na vista nestas cont(o)as infantis. Façam-se à terra, atirem-se ao mar, que o génio Cavaco não espera para nos salvar. Senhores e senhoras, espécies e portugueses, gregos ou celtas, feios e esbeltas, juntem-se todos nesta bóia de salvação, que o presidente que assim faz é o mesmo que o que está à frente da nação. Assinemos todos por baixo tal balanço final, magistral conclusão sobre tão elevado saber de Economia em Portugal, que nos chega neste dia sob o ridículo de uma fórmula, intrujão introito -: quem um a dezanove tira, só pode ficar dezoito. Porém, se mais alguém um desvio comete, talvez só fiquem dezassete!

Joaquim A. Moura, Penafiel

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