Cartas à Directora

O homem ou a máquina?

No recente acidente do avião da Germanwings foi possível pressentir com alguma antecedência que iria acabar mal. Existindo tanta tecnologia disponível para monitorização e telecomando, fará sentido que se deixe ir assim um avião contra uma montanha. Deveria um sistema informático local ou remoto sobrepor-se ao piloto? Pensemos numa deriva destas a ocorrer nas proximidades de uma grande metrópole … Para lá das questões de segurança adicionais que tal possibilidade levanta, fica a questão de quem deve primar: o homem ou a máquina?

Curiosamente, o avião em que isto ocorreu, o Airbus A320, até constituiu um marco histórico neste campo. Lançado em 1988, foi pioneiro no chamado “fly by wire” em aviões comerciais. O “manche” perdeu a ligação mecânica com os lemes e passou a ser um simples manípulo (tipo joystick). A sua sofisticação até deu alguns sustos iniciais, quando erros de instrumentação e programação, levaram o computador a contrair o piloto, para “proteger” o avião. Muitos se recordarão do voo de demonstração em Mulhouse, quando um A320 entrou pela floresta dentro em vez de subir.
Automatismos generalizados. podem ainda ter um efeito nocivo de dessensibilização, como no voo Rio-Paris, que em 2009 se despenhou no Atlântico. Um erro num sensor de velocidade baralhou os automatismos. Durante largos minutos os pilotos perdidos não foram capazes de entender o que se passava e deixaram o avião despenhar-se no Atlântico. Se tivessem um pouco mais de sensibilidade de voo e menos o hábito de seguir cegamente o computador, teria sido extraordinariamente simples evitar a tragédia.

O homem é indispensável. A máquina incorpora as regras da experiência, mas, face ao imprevisto, o ser humano é insubstituível. Pode é o exemplar em causa nem sempre ser o ideal.

Carlos J F Sampaio, Esposende

Metro

O prolongamento da linha amarela a partir do Rato, deveria seguir a linha  Campo de Ourique, Alcantara-terra, Rio-Seco, Belem. As vantagens seriam: ligar a linha de cintura à linha de Cascais, servir o polo universitário da Ajuda, levar o Metro ao principal polo turístico e museológico da cidade. A ligação Algés-Parque das Nações, ganharia em ser feita pelos "electricos rápidos": os turistas preferem o "electrico"  característico de Lisboa, os lisboetas sentem a infraestrutura "electrico" mais consolidada e menos eventual, os custos do veículo " electrico" são melhores e mais limpos. Uma zona servida por "electrico" é mais valorizada. O Parque das Nações ganharia em ser ligado desde o Trancão  a Algés. A estação do Rato deveria ter interface com a linha de Sintra, no túnel do Rocio,multiplicando as interconecções urbanas.

Maria Ribeiro, Lisboa

O PÚBLICO ERROU

No gráfico que dá conta da variação do investimento nos países da zona euro publicado na página 16 da edição de 31 de Março, os valores apresentados para Portugal não estão correctos. Em vez de uma variação de -11,4% no período de 2010 a 2013 e de 13,2% no período de 2013 a 2016, os dados correctos são variações de -30,3% e 8,6%, respectivamente.

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