Cartas à Directora

Cofres cheios e palavras ocas

A ministra das finanças disse que o país tem os cofres cheios. É uma frase que pode chocar quem passa dificuldades e vê um horizonte negro para si e para os seus. António Costa que penosamente vê a data das eleições cada vez mais longínqua, resolveu “cavalgar o sentimento”. Como começa a ser hábito não se entendeu muito bem se contestou o nível real dos cofres, ou os critérios do seu esvaziamento. Para não ficar atrás, Carlos César, também veio dar ideias peregrinas sobre a forma de os esvaziar. O que Maria Luís Albuquerque quis dizer é que temos capacidade de honrar os nossos compromissos num dado horizonte, não correndo o risco de ficar com uma “mão à frente – outra atrás” a curto prazo. No entanto, manter-se-á ainda em 2015 um défice nas contas públicas, ou seja, a dívida pública vai continuar a subir!

Se a responsabilidade da recente pré-falência do país não incumbe exclusivamente ao PS, era ele quem estava de serviço no turno em que o acidente ocorreu. António Costa não pode ignorar isso e, como candidato a primeiro-ministro responsável, não deveria embarcar nestas manipulações grosseiras de confundir garantia de tesouraria a curto prazo com disponibilidade de fundos para distribuir. Gastar hoje o que temos hoje na carteira é leviano e catastrófico, como qualquer cidadão que saiba fazer contas na vida concordará. Fazer politiquice com a imagem dos “cofres cheios” é ignorância e/ou irresponsabilidade. E lá ficaram as eleições um pouco mais longe, ainda...!

Carlos J F Sampaio, Esposende

 

Por detrás da Moita

Há uns dias um amigo ligou-me a dizer que tinha ido à caixa do correio e encontrou uma notificação da PSP, onde é avisado de infracção do código de estrada (velocidade de 70Kmh, em via onde apenas é permitida a velocidade de 50Kmh), com uma coima mínima de 120euros, sendo este valor susceptível de agravamento.

Lei é lei e tem que ser respeitada, penso que todos estamos de acordo, incluindo o meu amigo. Agora, já no que respeita a algumas práticas das autoridades para implementar essas mesmas multas ou coimas, aí a porca torce o rabo.

Como cidadão, acho pouco digno, que haja agentes de autoridade escondidos por detrás da moita, ou por detrás de muros, agachados de aparelho na mão à espera de um incauto prevaricador automobilista para o apanhar com a boca na botija.

Um agente de autoridade não tem que andar escondido, essas práticas devem ser deixadas para outros, por ex: para os amigos do alheio.

Um agente de autoridade deve estar presente, onde a população pensa que este é necessário, na defesa dos interesses das populações.

Um agente da autoridade não deve ter vergonha de mostrar a sua farda, pelo contrário, esta serve para desencorajar actos ilícitos ou menos correctos, sejam estes praticados por condutores ou não.

As autoridades deste país a começar pelos seus comandos e o próprio Ministro da Administração Interna, devem ser os primeiros a defender os seus quadros policiais, porque não me parece que seja com estes subterfúgios do esconde, esconde, para caçar multas que se dignificam as autoridades deste País. 

Paulo Alberto, Matosinhos

Sugerir correcção
Comentar